
Dezenas de pessoas homenagearam na sexta-feira (15) em Hong Kong o faxineiro de 70 anos que morreu após ser atacado com uma tijolada por black blocks na quarta-feira. Ele chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu, e faleceu na quinta-feira.
“Ele tentava, com outras pessoas, remover pedras colocadas pelos manifestantes em um bloqueio de rua”, assinalou o jornal South China Morning Post. A agressão ocorreu no bairro de Sheung Shi, após a turba ter depredado a estação de metrô da rua Lung Wan. De acordo com uma fonte policial, o idoso resolveu tirar uma foto dos black blocks com o celular e tomou uma tijolada na cabeça.
“A situação do paciente se deteriorou continuamente. Ele faleceu”, afirmou um porta-voz do hospital Prince of Wales em Hong Kong em um comunicado.
Na segunda-feira a vítima foi um senhor de 57 anos, que rechaçara a investida de um grupo de black blocks e sobre quem estes lançaram um líquido inflamável e atearam fogo, queimando-o vivo, depois de já o terem espancado.
Leung Chi Cheung, pai de duas filhas e morador do bairro de Ma On Shan, a 20 quilômetros do centro financeiro, estava indo para uma consulta médica, quando se opôs ao vandalismo contra a estação de metrô. Foi levado a um hospital e está em estado grave, com quase 30% do corpo queimado e traumatismo craniano. Vídeos mostram o momento em que Leung, de camisa verde, é agredido em uma passarela, sofre ferimentos na cabeça, mas consegue se levantar e alguém o ajuda a cuidar do ferimento na cabeça. Quando ele se afasta e diz aos black blocks “vocês não são chineses”, é cometida a tentativa de queimá-lo vivo, com os delinquentes se proclamando “hongkongers”.
Porta-voz da polícia disse que o homem de camisa verde “perseguiu os vândalos” que haviam realizado um quebra-quebra na estação de metrô e acabou sendo espancado e “transformado em uma tocha humana”.
Durante a semana, os black blocks mascarados intensificaram os atos de violência e depredação em Hong Kong, o que coincide com votação de urgência no Senado dos EUA de uma lei para agravar a interferência na região especial chinesa, com ameaça anual de retirar o reconhecimento do status econômico especial de Hong Kong.
A intensificação das provocações, depredação, pichações racistas contra os chineses do continente, incêndios e espancamentos de quem repudia o caos, possivelmente também busca inviabilizar as eleições distritais de 24 de novembro, para acusar Pequim de atos anti-democráticos.
Em outro incidente, a ministra da Justiça de Hong Kong, Teresa Cheng, que visitava Londres para negociações comerciais, foi ali atacada e ferida na rua por uma turba de apoadores dos black blocks de Hong Kong. A agressão foi classificada pela chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, como um “ataque bárbaro”.
O regime de urgência no Senado dos EUA para socorrer os black blocks de Hong Kong foi denunciado pelo Global Times: “Essas medidas americanas demonstraram sua atitude clara: manifestantes radicais de Hong Kong podem fazer o que quiserem – matar pessoas a tijoladas, atear fogo ou espancar pessoas que não concordam com elas e jogar detritos perigosos das pontes – enquanto todas as ações tomadas pelas autoridades para deter a violência e acabar com o caos de acordo com a lei são classificadas como repressão à democracia e à liberdade”.
A publicação também acusou o Congresso dos EUA de “querer arruinar a prosperidade de Hong Kong e transformar a cidade em uma bagunça para frear o desenvolvimento da China”. Por sua vez, porta-voz do Conselho de Estado chinês em Hong Kong classificou o relatório do Congresso dos EUA de “epítome da mentalidade hegemônica e da lógica dos gângsteres”. Acrescentou ainda que o relatório forneceu evidências mais sólidas de que “as forças anti-China nos EUA são exatamente a mão negra por trás do caos em Hong Kong, que foram pegos no local”.
Durante a 11ª Cúpula do BRICS em Brasília, o presidente chinês Xi Jinping afirmou que tarefa “mais premente” para Hong Kong é pôr fim à violência e ao caos e restabelecer a ordem. .
Ele também enfatizou que Pequim continua “apoiando firmemente a chefe do Executivo a liderar o governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong na governança conforme a lei, apoiando firmemente a polícia de Hong Kong a aplicar estritamente a lei, e apoiando firmemente os órgãos judiciais de Hong Kong a punir severamente os criminosos violentos conforme a lei”.
Xi acrescentou que o governo chinês tem a inabalável determinação de proteger a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da nação, implementar a política de ‘”um país, dois sistemas’ e se opor à qualquer força externa que interfira nos assuntos de Hong Kong.
Video mostra homem de 57 anos ao ser incendiado por vândalos pró-colonização de Hong Kong.