
Dados verdadeiros da pesquisa, apresentados pelo Jornal Nacional, mostram que Lula lidera a disputa, com 44% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro, com 32%
Circula nas redes sociais — WhatsApp, Twitter e Youtube — com imagens do JN (Jornal Nacional) mostrando Jair Bolsonaro (PL) à frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas intenções de voto para a eleição presidencial da pesquisa Ipec, divulgada na última segunda-feira (15).
O vídeo é falso. Segundo a colunista Cristina Tardáguila, do Portal UOL, é a primeira deepfake do período oficial de campanha eleitoral de 2022, cujo início foi esta terça-feira (16).
Deepfake é técnica que permite mostrar o rosto de determinada pessoa em fotos ou vídeos alterados com ajuda de AI (Artificial Intelligence) ou Inteligência Artificial.
O vídeo usa áudio manipulado da apresentadora Renata Vasconcellos, na bancada do JN. Nesse ela diz: “Jair Bolsonaro, do PL, tem 44%. Com a margem de erro tem de 42% a 46%. Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, aparece com 32%. Com a margem de erro, de 30% a 34%”.
A narração é acompanhada pela imagem adulterada de gráfico que exibe os mesmos números errados.
ADULTERAÇÃO DO JN
Conforme a colunista do UOL, o vídeo na verdade é alteração da edição, da última segunda-feira (15), do principal telejornal da Globo.
Os dados verdadeiros da pesquisa, apresentados pelo Jornal Nacional, mostram que Lula lidera a disputa, com 44% das intenções de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro, com 32%.
IPEC CONFIRMA FALSIFICAÇÃO
O Ipec confirmou que o vídeo apresenta dados falsos e afirmou em nota que vai denunciar o conteúdo: “É falso o vídeo que circula em redes sociais e grupos de WhatsApp onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 44% das intenções de voto e o ex-presidente Lula, do PT, com 32%, segundo dados do Ipec e com imagens do Jornal Nacional, da TV Globo”, escreveu o instituto em nota.
“A pesquisa, divulgada dia 15, mostra exatamente o contrário: o ex-presidente Lula lidera a disputa, com 44% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 32%”, acrescentou o órgão.
“O Ipec está denunciando o vídeo no Sistema de Alerta de Desinformação Contra as Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério Público Eleitoral (MPE) para que adotem as medidas cabíveis”.
Em nota, a TV Globo também afirmou que o vídeo é falso e que o Ipec está “denunciando a peça de desinformação no Sistema de Alerta de Desinformação Contra as Eleições do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e no MPE (Ministério Público Eleitoral) para que adotem as medidas cabíveis”.
SISTEMA DE ALERTA DE DESINFORMAÇÃO CONTRA AS ELEIÇÕES
Este canal do TSE possibilita o envio de denúncias de violações de termos de uso de plataformas digitais, especificamente relacionadas com a desinformação ou disparo em massa sobre o processo eleitoral. O canal apropriado para:
- apontamento de infrações eleitorais, como ilícitos na propaganda. Denúncias dessa natureza devem ser encaminhadas por meio do sistema Pardal; e
- mensagens que envolvam desinformação contra candidatos e partidos políticos.
VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO
O combate à violência política de gênero é uma das prioridades da Justiça Eleitoral. Diversas ações comprovam que o tema está sendo tratado com atenção pelo TSE e pelos TRE (tribunais regionais eleitorais).
A mais recente dessas é o canal exclusivo para denúncias sobre o assunto no Sistema de Alerta de Desinformação do TSE — https://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2022/sistema-de-alerta —, que está disponível no portal.
O sistema, lançado dia 21 de junho, permite que eleitoras e eleitores denunciem práticas desinformativas à Justiça Eleitoral. Pela ferramenta, cidadãs e cidadãos poderão comunicar à Justiça Eleitoral o recebimento de notícias falsas, descontextualizadas ou manipuladas sobre o processo eleitoral brasileiro.
Com o novo canal, o TSE também passa a receber relatos de violência política praticada contra candidatas das Eleições 2022. Para registrar alerta com esse tema, basta selecionar a opção “Violência de Gênero”, dentro do menu “Tipo de Denúncia” na página do sistema.
M. V.