
Cerca de 15 milicianos raivosos se aglomeraram em frente à residência do ministro e três deles foram detidos e levados para o 14º Distrito Policial
As graves denúncias feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro dos planos de Bolsonaro para atropelar e aparelhar a Polícia Federal estão enlouquecendo os fanáticos seguidores do “mito”.
Quinze milicianos se juntaram para fazer balbúrdia no sábado (2) em frente à casa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em São Paulo. Com uma caixa de som, eles agrediram o magistrado e incomodaram os vizinhos.
Abriram cartazes e ligaram uma caixa de som para proferir ofensas contra Alexandre de Moraes e o STF.
Na quarta-feira (29), o ministro Alexandre de Moraes impediu liminarmente a posse de Alexandre Ramagem no comando da PF. O membro da corte viu na indicação de Bolsonaro um desvio de finalidade, já que havia indícios de que o presidente usaria o cargo para coletar informações de processos.
Na tarde do sábado, o juiz e ex-ministro Sérgio Moro prestou depoimento sobre as denúncias que fez dos planos de Bolsonaro de intervir politicamente na Polícia Federal.
A Polícia Militar foi acionada e levou três pessoas para a delegacia por calúnia e difamação. O ministro afirmou que já representou os manifestantes para a delegada do 14º Distrito Policial, onde o caso será investigado.
“Prisão em flagrante documentada com áudios e vídeos. Já representei para a delegada prosseguir com o inquérito”, disse Moraes. Moraes já vinha sendo vítima de ataques por parte da milícia bolsonarista por chefiar inquéritos que investigam o gabinete do ódio e os organizadores de atos antidemocráticos do dia 19 de abril.
Alexandre Ramagem, que foi barrado por Moraes de tomar posse no comando da PF, é amigo da família Bolsonaro, particularmente de Carlos Bolsonaro, e foi escolhido pelo presidente da República para ser o seu homem de confiança na direção-geral da PF.
Ele entraria em substituição a Maurício Valeixo. A demissão de Valeixo por Bolsonaro levou à saída do então ministro da Justiça, Sergio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.