Ele disse que não vê a hora de “entregar o mandato”. Realmente, governar é para gente séria. Nestes três anos o que se viu foram mergulhos, jet skis, passeios de moto, churrascos e muito descaso com a população
Jair Bolsonaro não deu atenção aos desabrigados das chuvas na Bahia e Minas Gerais no final do ano porque estava curtindo férias nas praias de Santa Catarina. Dançando funk em barcos de luxo, rodeado de puxa-sacos e passeando de jet ski ele se recusou a visitar as vítimas das enchentes porque estava “de férias”.
Afinal, ninguém é de ferro, dizia ele de bermuda em cima de sua lancha. O Brasil podia explodir que ele não saia das praias para nada. Mesmo sem fazer nada e só passeando e mergulhando, ele agora disse que está de saco cheio do governo e que não vê a hora de largar logo o mandato e ir pescar.
Não há uma só imagem de Bolsonaro trabalhando, reunido com setores da sociedade, discutindo soluções para os graves problemas do país, como a inflação, o desemprego, a pandemia, a fome, a carestia. Ou seja, não há imagem dele governando o país.
O que se viu o tempo todo foram os churrascos, as motociatas, as festas, os mergulhos e as aglomerações por todo canto. Quando não estava com jet ski estava passeando de lancha ou de moto. O importante era passear. Nada de governar. Isso é muito chato.
No carnaval foi a mesma coisa, desta vez ele foi se esbaldar nas praias do Guarujá, no litoral paulista, depois de ter dado um pulinho na Rússia.
Agora está reclamando de “muito trabalho” e que gostaria mesmo é de ir à praia “pescar e tomar caldo de cana”. “Não vejo a hora de um dia entregar o mandato presidencial para poder ir à praia, tomar caldo de cana, voltar a pescar na Baía de Angra, ter paz”, reclamou Bolsonaro.
Um verdadeiro cinismo, afinal, seu ministro da Economia, Paulo Guedes, do alto de seus R$ 50 milhões escondidos secretamente nas nas arapucas bancárias das Ilhas Virgens Britânicas – para fugir do fisco – vive dizendo que servidores públicos é que são “vagabundos”, que não gostam de trabalhar, etc. É muita hipocrisia.
Neste tempo todo em que Bolsonaro se divertia em seus passeios de motos e lanchas e largava o Planalto e a administração do país sem rumo, faltava oxigênio nos hospitais, faltava vacinas e a pandemia ceifava a vida de mais de 650 mil pessoas. Nas raras vezes em que ele tratou do assunto foi para atrapalhar, para sabotar a ciência, a medicina, os governadores, as vacinas.
Bolsonaro usou a estrutura do governo para defender fanaticamente a disseminação do vírus. Atacou a medicina e estimulou a população a contrair a doença. Sua tese era de que a população deveria se infectar o mais rapidamente possível. O resultado foi essa tragédia que nós assistimos.
Sua imagem pelo mundo afora foi associada a de um genocida.
Especialistas afirmam que se o Brasil tivesse seguido unido em outro direção, sem a sabotagem de Bolsonaro, dois terços das mortes por Covid-19 poderiam ter sodo evitadas.
Neste tempo todo em que ele espalhava o vírus pelo Brasil, mentia sobre a gravidade da pandemia e se recusava a governar, a economia do país também afundava. A inflação explodiu a passou de 10%. O desemprego seguiu martirizando mais de 12 milhões de pais de família. A renda dos brasileiros nunca esteve tão baixa como agora e Jair Bolsonaro não fez absolutamente nada para mudar essa situação. Ao contrário, seguiu com a mesma política desastrosa e suicida desde o início de seu governo.
Contraditório mesmo é que Bolsonaro diz que está de saco cheio, que não vê a hora de largar tudo e ir pescar e, ao mesmo tempo, segue em campanha por sua reeleição. Ele não governa, não acompanha nada, não discute soluções para os problemas do país e quer continuar nessa vida.
Agora mesmo, com a eclosão da guerra, está na ordem do dia a elevação do preço da gasolina e a disparada da inflação. E o que Bolsonaro faz? Absolutamente nada. A única cosa que faz é reclamar que a gasolina está cara. Quando se pensa que ele vai falar alguma coisa séria, ele aparece dizendo que gostaria de largar tudo e ir à praia. Ou seja, se ele acha tudo um saco, se não quer governar, se não sabe o que fazer, então por que não larga logo tudo de vez e deixa o país em paz?