Jair Bolsonaro afirmou que vai indicar um nome “terrivelmente evangélico” para uma das vagas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo ele, o “Estado é laico, mas somos cristãos e, entre as duas vagas que terei direito a indicar para o STF, um será terrivelmente evangélico”.
A declaração ocorreu durante um culto religioso promovido na Câmara dos Deputados pela bancada evangélica, na quarta-feira (10).
Na cerimônia ele recebeu bênção do bispo licenciado da Igreja Universal, Marcos Pereira (PRB-SP), e foi chamado de “o escolhido”.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) comentou no Twitter a curiosa declaração de Bolsonaro. “A declaração do ‘terrivelmente evangélico’ no STF é também uma humilhação – mais uma! – ao ministro Sérgio Moro. Afinal, a primeira vaga não era dele? Ou Moro acaba de se converter discípulo do Malafaia ou foi passado para trás”, escreveu o parlamentar.
Bolsonaro chegou a dizer meses atrás que uma das vagas estava reservada para o ministro da Justiça, Sérgio Moro, na tentativa de se vacinar contra ambições maiores do ex-juiz de Curitiba que, por seu lado, recentemente em entrevista ao canal GloboNews, deixou no ar uma futura candidatura presidencial.
Ele poderá indicar dois ministros para o Supremo. O primeiro ministro do STF que deve deixar a corte é o decano Celso de Mello, que completa 75 anos (idade de aposentadoria obrigatória) em novembro de 2020. O segundo é o Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Diante do incômodo causado pelas declarações de Bolsonaro durante o dia, no início da noite o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, tentou amenizar a situação e disse que “terrivelmente evangélico” é apenas uma força de expressão.