O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai continuar conversando com a União Europeia para que técnicos sejam enviados na condição de observadores para acompanhar o processo eleitoral no Brasil.
O convite não deverá ser para que seja enviada uma missão integral para a observação, mas um conjunto menor de técnicos que deverão acompanhar o processo para atestar a lisura das eleições.
O governo Bolsonaro está tentando, através do Ministério das Relações Exteriores, atrapalhar o pedido para que a União Europeia participe como observadora. Além da atuação nos bastidores, o Itamaraty publicou uma nota dizendo “não ser da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”.
Qual o motivo de Bolsonaro não querer observadores europeus nas eleições brasileiras? O que ele quer esconder? Se ele levanta suspeitas contra o processo eleitoral brasileiro não deveria permitir que o mundo inteiro fiscalizasse e verificasse os supostos problemas nas urnas eletrônicas que levanta? Quer transformar as eleições numa caixa-preta, por que?
Na opinião do presidente do TSE, Edson Fachin, “é bom para a democracia brasileira e para o processo eleitoral no Brasil não só acompanhar pleitos em outros países, como tem sido feito, como receber observadores. A presença internacional ajuda a demonstrar a lisura e regularidade do processo eleitoral”, citou a jornalista Ana Flor do G1.
Já foram confirmadas missões da Organização dos Estados Americanos (OEA), que também observou eleições anteriores, do Parlamento do Mercosul (Parlasul), e da Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O Tribunal também está em contato para que venham, na condição de observadores, a Rede Mundial de Justiça Eleitoral, a Unión Intramericana de Organismos Electorales (Uniore) e a Carter Center e International Foundation for Electoral Systems (Ifes).
Jair Bolsonaro está pessoalmente tentando tumultuar as eleições. Ele divulgou dezenas de fake news sobre as urnas eletrônicas para levantar dúvidas na população, mesmo que não haja nenhum caso registrado de fraude desde que o processo eletrônico foi implantado no Brasil, em 1996.
Bolsonaro também sugeriu que as Forças Armadas fizessem uma “contagem paralela” de votos à Justiça Eleitoral, tentando desacreditá-la como órgão confiável lisura das eleições.