Pelo menos 50 pessoas morreram durante um ataque de tanques e quadricópteros israelenses que, simultaneamente, lançaram ataques com mísseis e dispararam munição real contra as áreas adjacentes ao hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, incendiando boa parte desse que é o maior hospital da área e atende mais de 400.000 cidadãos, informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
O correspondente da agência palestina WAFA confirmou que as forças genocidas sob as ordens de Benjamin Netahyahu retiraram à força pacientes, feridos, equipe médica e jornalistas da casa de saúde, enquanto simultaneamente lançavam mísseis e disparavam munição real contra as instalações.
O hospital é a única unidade médica operacional no norte de Gaza que fornecia serviços médicos essenciais à comunidade antes de ser incendiado.
O incêndio destruiu departamentos importantes, incluindo salas de cirurgia, o laboratório, a unidade de emergência e os serviços de ambulância. A comunicação com as pessoas dentro do hospital foi completamente cortada depois que as forças israelenses cercaram o prédio.
ATAQUES GENOCIDAS RECRUDESCEM
O diretor do hospital, Hosam Abu Safiya, indicou que “a noite passada foi pior que a anterior quando já sofremos ataques assassinos. Os robôs explosivos estavam muito perto do Hospital Kamal Adwan e está claro que a quantidade de explosivos utilizados foi muito maior desta vez.”
Acrescentou também que o Kamal Adwan carece de recursos para atender adequadamente casos tão graves, pelo que estão a ser feitos esforços para transferir os pacientes para os poucos hospitais ainda ativos na faixa sitiada. As forças israelenses de ocupação forçaram parte da equipe médica, bem como aos pacientes e seus acompanhantes, a tirarem suas roupas no frio extremo e os levaram para um local desconhecido fora do hospital.
Os hospitais de Gaza tornaram-se alvos fáceis para o exército israelense, sob o pretexto – não confirmado – de que os militantes se refugiam nesses centros. O regime de Tel Aviv alegou repetidamente que o Movimento de Resistência Islâmica Palestina (HAMAS) mantém as suas bases operacionais localizadas em túneis por baixo de hospitais e outras infraestruturas civis, enquanto a Resistência Palestina afirma que estas são mentiras, acusações infundadas, e as inúmeras vítimas civis deixadas pelas agressões do regime genocida também confirmam as declarações da Resistência.
As autoridades de saúde locais confirmaram que o número de palestinos mortos pelo genocídio israelense desde 7 de outubro de 2023 ultrapassa as 45.400 pessoas, além de outros 107.940 feridos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
De acordo com as mesmas fontes, os serviços de emergência ainda não conseguem chegar a muitas vítimas e corpos presos sob os escombros ou espalhados nas estradas do enclave devastado pela guerra, já que as forças de ocupação israelenses continuam a obstruir o movimento de ambulâncias e equipes de defesa civil.