Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) afirmaram que Pablo Marçal fez provocações e ofensas contra Datena ao longo do debate na TV Cultura na noite de domingo (15). O episódio culminou com a cadeirada do candidato do PSDB no ex-coach.
Guilherme Boulos comentou sobre os recentes episódios de agressão e o declínio no nível dos debates eleitorais. Ele foi enfático sobre o incidente onde Datena reagiu fisicamente após uma série de provocações de Marçal.
“Datena foi provocado o debate inteiro pelo Pablo Marçal, que veio para tumultuar”, explicou Boulos, observando que as provocações, embora não justifiquem a violência, contribuíram para o ambiente tenso. “É preciso dizer, justiça seja feita, que o Pablo Marçal provocou o Datena, ofendeu ele fora dos microfones durante vários momentos do debate”, continuou.
O candidato do PSOL destacou sua intenção de focar em propostas e discussões sobre soluções para a cidade, criticando o atual nível de debate e mencionando ataques pessoais como prejudiciais ao processo eleitoral.
“Infelizmente, o nível dessa eleição está sendo muito rebaixado”, criticou Boulos, mencionando também o prefeito atual, Ricardo Nunes, como parte do problema. Boulos expressou preocupação com a falta de discussão substancial sobre o futuro de São Paulo.
“Quem quer ser prefeito de São Paulo precisa ter equilíbrio emocional, condição moral e proposta”, disse. Ele também reforçou seu compromisso com a campanha, focando em tornar São Paulo uma cidade mais humana, igualitária e inovadora, lamentando a dificuldade de transmitir suas ideias devido à postura de outros candidatos.
NUNES
Ricardo Nunes (MDB) disse que o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena “errou por uma ação” ao agredir o candidato do PRTB, mas condenou as provocações de Marçal.
“O nível de provocação desse Pablo Marçal é algo assim inaceitável. A gente está vivendo um momento muito difícil na eleição, ele veio nesse eleição para criar tumulto, tanto é que ele já havia anunciado para todo mundo que no debate ele ia fazer o maior barraco”, afirmou o prefeito, que é candidato à reeleição durante sabatina da Rádio CBN e dos jornais O Globo e Valor.
Segundo Nunes, Marçal não foi ao debate para discutir propostas para a cidade. “Ele foi de má-fé. Eu estava li do lado do Pablo Marçal durante o debate. E a forma como ele coloca, usando palavras muito, que eu tenho dificuldade de reproduzir aqui”, disse Nunes. Marçal chamou Datena de estuprador. Para tanto uma gíria: “jack”, que é como os estupradores são conhecidos no sistema prisional. E depois, chamou o candidato de “arregão”.
“Nada justifica o que o Datena fez, mas o nível de que ele levou aquela provocação, ele conseguiu tirar uma pessoa, que é um âncora, de tantos e tantos anos, do sério daquela forma. Acho que isso é para a gente fazer uma reflexão, para ficar como lição: uma pessoa como essa, que leva as pessoas ao desequilíbrio emocional dessa forma, não tem a mínima condição de estar na política”, concluiu o atual prefeito.