Na última quinta-feira (26), o candidato à prefeitura da cidade de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), participou da sabatina realizada pelo SPTV e pelo portal G1 com os candidatos a prefeito.
Durante o evento, ele afirmou que pretende revogar o trecho da reforma previdenciária do município, o Sampaprev, que prevê a contribuição de 14% do salário do aposentado ao Instituto da Previdência Municipal de São Paulo (Iprem).
O candidato afirmou que vai acabar com o desconto previdenciário dos servidores inativos da capital paulista, que foi aprovado na Câmara Municipal durante a gestão de João Doria (PSDB) e teve sua alíquota ampliada durante a gestão do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
Em 2021, a Reforma da Previdência enviada por Nunes à Câmara estipulou que os descontos de previdência dos servidores inativos fossem de 14% a 22%, dependendo do valor do salário de cada servidor, começando por quem ganha o mínimo de um salário-mínimo.
Na gestão de João Doria – que criou esse desconto em folha de pagamento – apenas quem ganhava acima de R$ 6.433 contribuía.
“Tenho claro que não existe serviço público de qualidade que atenda bem as pessoas sem o servidor valorizado. Por isso, vou valorizar o que o Ricardo Nunes não fez, a começar por acabar com o confisco absurdo de 14% dos servidores aposentados. Esse é um compromisso meu. Ricardo Nunes fez essa crueldade à frente da prefeitura”, declarou Boulos.
Ainda, o candidato disse que pretende criar Centros Educacionais Unificados (CEUs) profissionais para a qualificação de jovens acima de 15 anos para o mercado de trabalho da cidade. Segundo o psolista, caso seja eleito, serão construídas unidades desse tipo de escola em várias regiões da capital paulista.
Boulos também prometeu transformar todas as escolas municipais de São Paulo em unidades de ensino integral.
“O CEU Profissões que nós vamos fazer agora é o CEU 2.0, a partir dos 15 anos, para formar jovens para o mercado de trabalho. O CEU Profissões vai custar R$ 1 bilhão e duzentos milhões. Nós vamos oferecer wi-fi livre, estúdio de audiovisual, ilhas de edição, cursos de economia digital, robótica, inteligência artificial, design e programação”, afirmou.
“Serão cursos voltados para setores que hoje carecem de mão de obra qualificada, como moda, turismo e gastronomia, para que o jovem da periferia tenha as mesmas oportunidades que o jovem com mais recursos na cidade. Esse é o papel da prefeitura. Tem gente que gosta de apontar o dedo quando o jovem vai pelo caminho errado, para as drogas ou o crime. Eu prefiro estender a mão antes e oferecer uma oportunidade, com formação profissional, educação, cultura e esporte. É isso que eu vou fazer como prefeito”, explicou.
Por fim, Boulos disse que irá reduzir o número de ocupações na cidade com a implementação de um programa habitacional.
“O meu governo será aquele com menos ocupações em São Paulo. Sabe por quê? Porque ocupações de movimentos organizados só acontecem quando não há política de moradia. No meu governo haverá. Eu vou implementar o maior programa de moradia da história de São Paulo.”
“Podem anotar aí e me cobrar depois. E não é só construir um teto, é garantir que quem mora em favelas tenha acesso à urbanização, melhorias, dignidade. É garantir a regularização fundiária, para que a pessoa tenha o documento da casa, possa deixar para os filhos e netos.
“Ele também defendeu a atuação das forças de segurança na Cracolândia para combater o tráfico de drogas e garantiu que irá dialogar com o governador Tarcísio de Freitas desde o início de um possível mandato.
“Se eleito prefeito de São Paulo, em janeiro vou procurar o presidente Lula, o ministro [Ricardo] Lewandowski, da Justiça, que cuida da Polícia Federal, e o governador Tarcísio, que é responsável pela Polícia Civil e Militar, para que a gente sente à mesa e resolva a crise de insegurança em São Paulo. São Paulo nunca esteve tão insegura.”