O Diretório Nacional do PT aprovou, na sexta-feira (8), uma resolução que denuncia a sabotagem do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, contra o desenvolvimento econômico por manter “a maior taxa de juros do planeta, sem que haja nenhuma justificativa plausível para essa barbaridade”.
“Não faz nenhum sentido a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC [Banco Central], rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país”, afirma a direção do partido.
O presidente Lula já bateu de frente com Roberto Campos Neto, que foi indicado para presidir o BC por Jair Bolsonaro, e denunciou a política de juros altos. Apesar da redução de 1,5 ponto no juro, o Brasil continua tendo a maior taxa do planeta.
Na resolução, o PT destaca políticas do governo federal, como a retomada do Minha Casa Minha Vida, financiamentos e investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobrás e redução do preço dos combustíveis, tendo como resultado a queda da inflação e o crescimento do PIB em 3%.
“O PIB só não foi maior por causa da deletéria política de juros do Banco Central ‘independente’”, diz o documento.
“Para que essa trajetória de crescimento econômico se confirme e amplie nos próximos anos, é essencial superarmos a trava imposta pela política monetária da direção do Banco Central”, continua.
“A política de juros contracionista foi derrotada nas urnas em 2022, mas sobrevive como um prolongamento do governo anterior, sabotando o crescimento, a retomada do crédito e dos investimentos que o país precisa e tem condições de realizar num ambiente de racionalidade”, aponta o Diretório Nacional.
Para a direção do PT, “é necessário um esforço conjunto, de nossos dirigentes e ministros, dos nossos aliados na política e na sociedade, para levar à população o conteúdo político-transformador das mudanças e da reconstrução do país”.
“O cenário que herdamos de um desgoverno ultraliberal e de extrema-direita permanece desafiador, especialmente em relação à necessária retomada do crescimento econômico, mas é inegável que caminhamos em direção a um país melhor e mais justo”, conclui a legenda.
DEMOCRACIA
Ainda na resolução, o PT afirma que a tentativa de um golpe bolsonarista no dia 8 de janeiro foi uma resposta aos “inequívocos sinais de mudança” da eleição de Lula e “foi a segunda derrota dos extremistas antidemocráticos, em seguida às eleições”.
O partido ressalta a “necessidade de responsabilizar e punir, de maneira firme e pedagógica, os comandantes políticos do golpismo, civis ou militares, a começar por Jair Bolsonaro, para que nunca mais voltem a ameaçar a democracia”.
“É nossa tarefa participar ativamente das eleições municipais de 2024, fazendo o embate contra a extrema-direita, para reeleger e aumentar as prefeituras em que estamos hoje, além de ampliar expressivamente nossa base de vereadores e vereadoras”, comunicou a direção para a militância.