Enquanto isso, Bolsonaro tira férias no Guarujá
Diante de um completo descaso do governo Bolsonaro, o Brasil registrou nesta terça-feira (29) 1.111 mortos por Covid-19. De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), os números de óbitos voltam a crescer e atingem os patamares registrados no meio do ano, quando o país enfrentou o primeiro pico da doença. Até agora, 192.681 vidas de brasileiros foram perdidas desde o início da pandemia.
Segundo os dados do Painel Conass, foram identificados 58.718 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Ao todo são 7.563.551 casos acumulados da de coronavírus no território nacional. Já a média móvel de mortes, também verificada pelo boletim, voltou a crescer e foi de 632. A média móvel de casos ficou em 34.961.
A contagem de casos realizada pelas Secretarias Estaduais de Saúde inclui pessoas sintomáticas ou assintomáticas; ou seja, neste último caso são pessoas que foram ou estão infectadas, mas não apresentaram sintomas da doença. O número, no entanto, está subestimado, já que nem todos os que se infectam conseguem realizar o teste para identificar o caso.
O estado de São Paulo segue com maior número de óbitos, com 46.195 mortes. O Rio de Janeiro fica em segundo lugar – 25.078 mortes, seguido por Minas Gerais (11.615), Ceará (9.963) e Pernambuco (9.612).
Mais de 81 milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo. Do total de doentes, mais de 1,7 milhão morreram, segundo a Universidade Johns Hopkins.
O Brasil segue como o terceiro país do mundo em número de casos de Covid-19 e o segundo em mortes, atrás apenas dos Estados Unidos que registrou 337.918 até esta terça-feira.
A gravidade da pandemia, que voltou a matar mais de mil brasileiros por dia, não interfere nos planos de Jair Bolsonaro de gozar das festas de fim de ano no litoral paulista. Nesta terça-feira, ele saiu para andar de moto acompanhado por seguranças pelas ruas do Guarujá.
Sua esposa Michelle, permanece em Brasília, onde correu de kart com o amigo maquiador e influenciador digital Augustin Fernandes.
“Não dá para ficar de braços cruzados”, diz presidente do Conass
O Presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Carlos Lula, defendeu nesta terça-feira que estados e municípios tenham um “plano B ou C” para a vacinação contra o coronavírus, já que há a possibilidade do governo Bolsonaro não fazer nada.
“É muito grave a situação, por isso a urgência em iniciar o quanto antes a imunização da sociedade, porque a maior parte dos óbitos está nas pessoas acima de 60 anos. Se conseguir imunizar esse grupo, a gente já diminui bastante o número de óbitos. Por isso, a urgência de o quanto antes estabelecer uma data para começar a vacinação no país”, destacou o presidente do Conass.
“Nossa primeira tentativa é sempre o PNI (Plano Nacional de Imunização), mas, se tiver necessidade de fazer um plano B, C, a gente vai fazer. Não dá para ficar de braços cruzados, esperando o que vai acontecer, o que o governo federal vai fazer e não vai fazer”, assinalou.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Carlos Lula, que também é secretário de Saúde do Maranhão, considera que é possível que a vacinação seja iniciada em todo país ainda em janeiro e termine em 2021. Ele relembrou que após um acordo com os governadores e o início das tratativas para aquisição da CoronaVac com o Instituto Butantan, o Ministério da Saúde prometeu liderar o processo.
“A situação hoje concreta é que tem uma proposta de São Paulo nas mãos do Ministério (da Saúde), está todo mundo esperando esse anúncio. O Ministério, acatando a proposta de São Paulo, temos condição de iniciar a vacinação ainda em janeiro de forma simultânea. Se não for isso, e a gente permitir que cada um procure sua vacina, vai ser uma guerra. Sempre foi coordenada a vacinação no país, é importante que seja agora também. Hoje, a bola está com o Ministério, tomara que eles façam esse gol e não chutem para fora”, disse.
Atualmente, 47 países já iniciaram a vacinação contra o coronavírus. Enquanto isso, o governo Bolsonaro não consegue sequer adquirir as seringas e agulhas necessárias para o plano de Imunização.