Nesta terça-feira (24), ocorreu a abertura oficial das Paralimpíadas de Tóquio, evento que vai até o dia 5 de setembro. Com show de luzes e muita alegria dos participantes, a cerimônia de abertura aconteceu na manhã de hoje no Estádio Olímpico.
O enredo da parte artística teve como fio condutor a história de um avião de apenas uma asa. Na metáfora lúdica, a pequena aeronave tinha desistido de tentar voar. Ela se anima ao ver outros seis aviões com diferentes características/deficiências e ao deixar o “para aeroporto” e ver outros exemplos encorajadores. É incentivada a sonhar, realizar e alçar voo independentemente de suas aparentes limitações.
O cenário montado para a abertura das Paralimpíadas pôs em prática a acessibilidade em pequenos detalhes. A pira foi exposta em uma plataforma mais baixa do que na cerimônia das Olimpíadas, para que ficasse à altura dos olhos dos atletas, em grande parte cadeirantes. O deslocamento sobre rodas, inclusive, se mostrou possível pela presença de rampas.
A entrada dos Agitos, símbolos das Paralimpíadas, foi emocionante. Formados por balões vermelho, azul e verde gigantes, refletiram exatamente a ideia de sua essência, o conceito de “eu me movimento”. Os 22 esportes do programa dos Jogos, incluindo os estreantes parabadminton e parataekwondo, foram representados em vídeo.
Também foi celebrada a campanha “#Wethe15”, “Nós os 15”, na tradução para o português. Ela lembra que 15% da população mundial, cerca de 1,2 bilhão de pessoas, têm algum tipo de deficiência e aspira ser o maior movimento de direitos humanos da história.
Na apresentação das delegações, o Brasil teve Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha) como porta-bandeiras e únicos esportistas do país na cerimônia, que ocorreu sem a presença de público. Isso porque o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) optou por repetir a estratégia do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) nas Olimpíadas e, em função da pandemia, colocou apenas duas pessoas no desfile.
O objetivo é evitar aglomerações. Para esta edição dos Jogos, o Brasil terá a quinta maior delegação dos jogos com 260 paratletas disputando medalhas. Na Rio-2016, o país ficou em 8º lugar no quadro geral de medalhas: foram 72 pódios (14 medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de bronze).
Pouco antes do evento, no entanto, um grupo de japoneses se reuniu nos arredores do local para protestar contra a realização dos Jogos. Escoltados pela polícia, eles seguiram o que foi feito nas Olimpíadas e justificaram a alta dos casos de Covid-19 como motivo para o cancelamento da competição – não houve, no entanto, grandes transtornos.