
No primeiro dia de Carnaval em Porto Alegre, a tradicional festa na Cidade Baixa foi marcada por um confronto entre foliões e a Brigada Militar. O episódio, que ocorreu na noite de sábado, 1º de março de 2025, chamou a atenção pela intensidade da repressão policial e deixou um saldo de tensão e críticas por parte dos participantes.
De acordo com relatos de testemunhas e informações divulgadas pelo portal GaúchaZH, o conflito teve início quando agentes da Brigada Militar tentaram dispersar um grupo de foliões que bloqueava a Rua da República, um dos principais pontos de encontro do Carnaval na região. A justificativa da BM foi a necessidade de garantir a fluidez do trânsito e a segurança pública, mas a ação foi recebida com resistência por parte dos participantes, que alegaram excesso de rigor por parte dos policiais.
Vídeos e fotos que circularam nas redes sociais mostram o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Alguns foliões relataram que a intervenção foi desproporcional, já que o clima até então era de festa e descontração. “Estávamos todos nos divertindo, sem causar problemas, quando a polícia chegou de forma agressiva e começou a jogar bombas. Foi um caos”, afirmou uma jovem que preferiu não se identificar.
A Brigada Militar, por sua vez, emitiu uma nota defendendo a ação. Segundo a corporação, a intervenção foi necessária para coibir excessos e garantir a ordem pública. “A atuação da BM ocorreu após reiteradas solicitações para que os foliões desobstruíssem a via, o que não foi atendido. Diante da recusa, foi necessário adotar medidas para garantir a segurança de todos”, diz o comunicado.
O episódio reacendeu o debate sobre a atuação da polícia em eventos de grande porte, como o Carnaval. Enquanto alguns defendem a necessidade de um controle mais rígido para evitar situações de risco, outros criticam a postura repressiva, que, segundo eles, acaba estragando o clima de festa. “O Carnaval é uma celebração popular, e a repressão excessiva só afasta as pessoas e gera mais conflitos”, opinou um morador da região.
A Prefeitura de Porto Alegre ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido, mas fontes internas indicam que a administração municipal deve avaliar o caso para evitar novos confrontos nos próximos dias de festa. Enquanto isso, os foliões seguem em alerta, esperando que os próximos dias de Carnaval sejam marcados por mais alegria e menos tensão.