O prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) decidiu se licenciar do cargo para tratar de um câncer no sistema digestivo com metástase óssea. O vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB), assumirá o comando da capital paulista.
“Nesses últimos meses, a vida tem me apresentado enormes desafios. Tenho procurado enfrentá-los com fé, cabeça erguida e com muita determinação. (…) Nesse momento, com muita força e foco que preciso colocar na minha saúde, fica incompatível o exercício responsável de minhas funções como Prefeito de São Paulo, por isso, vou solicitar à Câmara de Vereadores uma licença do cargo pelo período de 30 dias, para me dedicar integralmente à minha recuperação”, disse Covas, em suas redes sociais.
O prefeito está em tratamento desde 2019 para conter a doença, descoberta inicialmente na transição entre esôfago e estômago. Ele apresentou uma piora em seu quadro de saúde no mês de abril.
Covas voltou a ser internado ainda neste domingo no hospital Sírio Libanês para fazer exames e dar continuidade à quimioterapia e à imunoterapia. A internação estava prevista para acontecer na segunda (3), mas foi antecipada.
Em abril, Bruno Covas foi diagnosticado com líquido nos pulmões e no abdômen, decorrente de uma inflamação provocada pelo câncer que ele enfrenta na região da cárdia, localizada na transição entre o estômago e o esôfago, com metástase em outras áreas do corpo.
“Sempre disse que minhas responsabilidades com São Paulo conduziria minhas decisões. Tenho seguido à risca as orientações da equipe médica e venho trabalhando em regime de teletrabalho nestes últimos dias”, escreve Covas. “Mas agora, diante dos novos focos da doença, meu corpo está exigindo que eu dedique mais tempo ao tratamento, que entra em uma fase muito rigorosa”, destacou Bruno na carta publicada nas redes sociais.
Ele disse que confia no vice para dar continuidade ao plano de governo dele, “priorizando o combate à pandemia e seus efeitos”.
“Tenho certeza que vamos superar mais essa batalha. Assim como tenho a convicção que nosso vice Ricardo Nunes e nossa equipe de secretárias e secretários manterão a cidade no rumo certo, cumprindo nosso programa de metas e plano de governo, priorizando o combate à pandemia e seus efeitos. Fiquem bem e até breve”, escreveu Covas.
TRATAMENTO
O médico David Uip, que acompanha o tratamento de Covas, afirmou que o motivo do afastamento são reações adversas que o prefeito pode enfrentar.
“Ele precisa se dedicar ao tratamento, que pode levar a reações adversas, como náuseas e vômitos. É um tratamento pesado. Por isso achamos melhor que ele se afaste”.
Tulio Pfeiffer, que também integra a equipe médica que acompanha Covas, relatou que esteve de manhã na casa do prefeito conversaram sobre o pedido de licença. “Ele mesmo preferiu tirar uma licença de 30 dias para se dedicar ao tratamento. Mencionou que não estava com a produtividade esperada e nem a que a cidade merecia”.