
O Instituto Butantan, responsável pelo envase e pela distribuição da vacina CoronaVac no Brasil, anunciou na quarta-feira (15), que concluiu as entregas de 100 milhões de doses programadas no contrato firmado com o Ministério da Saúde.
O último lote de imunizantes (5,1 milhões de doses) foi disponibilizado, nesta quarta ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do governo federal. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa do governo estadual. O governador de SP, João Doria, e o presidente do Butantan, Dimas Covas, falaram sobre a entrega do imunizante.
“Dessas doses, 5,1 milhões encerram o contrato de 100 milhões com o Ministério da Saúde. Butantan, o primeiro a entregar vacinas ao Brasil, em janeiro, é o primeiro também a concluir o seu contrato. Neste momento, é o maior quantitativo de doses entregues ao Ministério da Saúde”, afirmou Covas.
Doria focou no fato da CoronaVac ser a vacina com um grande número de aplicações nos brasileiros. “Hoje entregamos um lote de 5,1 milhões de doses da vacina do Butantan, cumprindo, com isso, 100 milhões de doses desta vacina que está no braço de brasileiros. Quase 40% de todos os brasileiros tomaram a CoronaVac, inclusive eu”, disse Doria.]

Substituição de doses
Além da doses entregues nesta quarta previstas para término do contrato, o Butantan também começou a enviar os imunizantes para substituir o lote que foi interditado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 4 de setembro. Para isso, foram entregues 1,8 milhão de doses para a substituição dos lotes colocados em quarentena.
Segundo a Anvisa, 8 milhões de doses foram suspensas porque os lotes que compreendem essas doses foram envasados em uma unidade do laboratório chinês Sinovac, que não passou por inspeção ou análise da agência. A agência, no entanto, não aceitou os documentos disponibilizados pelo órgão sanitário chinês e apresentados pelo Butantan para liberar os lotes da vacina.
As doses da CoronaVac passaram por rigoroso controle de qualidade do Instituto Butantan e foram certificadas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade (INCQS), órgão da Fiocruz do Governo Federal.
Para não prejudicar a imunização dos brasileiros frente ao ação da Anvisa contra os imunizantes chineses, o Butantan buscou a substituição de doses.
“Está sendo entregue também 1,8 milhão de doses para fazer já a substituição daqueles lotes que foram colocados em quarentena pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, disse o diretor do instituto, Dimas Covas.
“Vamos substituir todas as 8 milhões de doses por outras doses de Coronavac produzidas pela fábrica que foi inspecionada pela Anvisa, assim eliminamos o impasse e disponibilizamos a vacina para ser aplicada nos brasileiros”, completou Doria.
As doses liberadas nesta quarta-feira foram produzidas pelo Butantan com IFA proveniente de fábrica na China, certificada previamente pela Anvisa.
Um novo lote com 5 milhões de doses prontas chegará em São Paulo na próxima semana, produzido na mesma planta fabril, oferecendo uma solução prática para o impasse de doses ainda retidas pela Anvisa. Enquanto isso, o Instituto Butantan mantém uma força-tarefa em entendimento junto ao órgão federal para a liberação dos lotes interditados.
As entregas ao Ministério da Saúde foram iniciadas em 17 de janeiro após a liberação da Anvisa para o uso emergencial da vacina. O prazo final do envio de 100 milhões de imunizantes era programado para o dia 30 de setembro.