
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) a cassação do mandato da deputada federal pastora Flordelis, acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido. Foram 437 votos a favor e 7 contra, com 12 abstenções.
O plenário aprovou a resolução apresentada pelo Conselho de Ética Parlamentar da Câmara que considerou que a pastora descumpriu as regras de decoro da casa. Agora quem assume o mandato é o vereador Jones Moura (PSD), suplente de Flordelis.
Flordelis, eleita pelo Rio de Janeiro, foi afastada do cargo no começo deste ano. O Ministério Público aponta ela como a mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019.
A sessão na Câmara começou por volta das 15h. Em sua fala, o relator do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, Alexandre Leite (DEM-SP), afirmou que a parlamentar usou o mandato para coagir testemunhas e ocultar provas. Ainda de acordo com Leite, a análise do Conselho de Ética considerou apenas os fatos apontados como antiéticos, não entrando na discussão sobre os culpados pela morte do pastor.
“Quem vai decidir quem matou o Pastor Anderson do Carmo não é a Câmara dos Deputados, é o Tribunal do Júri aqui nós nos ativermos às questões meramente ético-disciplinares que regem o mandato parlamentar”, disse Leite.
O relator afirmou que Flordelis cometeu quatro condutas passíveis de punição pelo Código de Ética da Câmara dos Deputados, incluindo a manipulação e falseamento dos fatos e a tentativa de transferência de responsabilidade do crime para os filhos da deputada.
Segundo Leite, Flordelis afirmou ao filho Lucas que poderia ajudá-lo por sua influência enquanto parlamentar. Além disso, segundo o relator, a deputada tentou obstruir as investigações policiais com a teoria de que o crime seria resultado de latrocínio.
Após a fala do relator, Flordelis falou diretamente à Câmara. A parlamentar alegou que muitos dos deputados não leram o processo criminal e declarou que sua inocência será provada.
“Quando o Tribunal do Júri me absolver, vocês vão colocar a cabeça no travesseiro e se arrepender por condenar alguém que ainda não foi julgada. Eu ainda não fui julgada”, disse Flordelis. “Ainda dá tempo de vocês fazerem justiça, não me cassem. Vocês não têm todos os elementos necessários para pedirem a minha cassação”, completou.
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