Caminhoneiros dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santos iniciaram uma paralisação na madrugada desta quinta-feira (21) reivindicando a redução do preço dos combustíveis.
No Rio de Janeiro, cerca de 1.500 caminhoneiros de 300 empresas de transportes pararam e protestaram na base de Campos Elíseos, próximo à Refinaria de Duque de Caxias, e bloquearam o acesso de outros caminhões às bases de abastecimento.
Em Minas Gerais, caminhões que transportam combustíveis (os tanqueiros) também começaram a parar desde a madrugada desta quinta-feira.
A paralisação e os protestos fazem parte do estado de greve deflagrado pela categoria em todo o país desde o último sábado em assembleia geral no II Encontro Nacional dos Caminhoneiros, quando as entidades representativas da categoria também decidiram por uma paralisação nacional no dia 1º de novembro, caso suas reivindicações não sejam atendidas.
A principal pauta da categoria é a redução dos preços do diesel, gás de cozinha, gasolina e outros derivados do petróleo, além do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da questão que trata do piso mínimo de frete, entre outras.
“Cem por cento da categoria de transporte de combustíveis e derivados de petróleo do estado de Minas Gerais amanheceu hoje com os braços cruzados, pois nós não aguentamos mais as altas dos combustíveis”, afirmou o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTaque-MG), Irani Gomes.
Irani afirmou que “as transportadoras estão quebrando, transportadoras que são históricas no estado, de 50 anos, de 30 anos, não aguentam mais trabalhar. Pedimos a sensibilidade do governo, mas o governo não está se preocupando com essa categoria que hoje carrega mais de um terço da economia do estado. Então, estamos em greve, estamos com os braços cruzados até que o governo se sensibilize e olhe para essa categoria”, afirmou.
Segundo o Sindcomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro), que atende aos interesses dos distribuidores de combustível na capital fluminense, os manifestantes estão bloqueando o acesso às bases “não para protestar contra as distribuidoras, mas, sim, contra a alta no preço do diesel e contra a política de preços da Petrobrás, atrelada às variações do mercado internacional”.
Além dos constantes aumentos do diesel, os caminhoneiros, em especial os autônomos, se preocupam agora com o anúncio de possível desabastecimento feito esta semana pela Petrobrás, o que aumenta a disposição da categoria para a greve geral no dia 1º de novembro, conforme alertou a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava).
Segundo a entidade, a diminuição da oferta nos postos fará os autônomos sofrerem com novos aumentos e isso põe mais lenha na fogueira da greve.
Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) e presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga) de Ijuí-Rio Grande do Sul, se solidarizou com os companheiros.
Para Carlos Alberto Litti, o movimento de hoje dos caminhoneiros do Sudeste, “representa o conjunto dos caminhoneiros do Brasil”. Litti ressalta quw a indignação com relação à política de preços do diesel praticada pela Petrobrás “está baseada em cada um dos mais de um milhão de caminhoneiros autônomos”.
“Viemos aqui para reforçar o nosso total apoio ao movimento de vocês, à seriedade do movimento, à luta incansável. Se nada for modificado, todos à greve no dia 1º de novembro. Porque a luta faz a lei e modifica a vida”, afirmou o líder dos caminhoneiros.