
Com atos em 35 estados norte-americanos e na capital, Washington, na terça-feira (15), foi relançada a Campanha dos Pobres originalmente encabeçada por Martin Luther King há meio século, exigindo novas políticas para enfrentar a pobreza sistêmica, o racismo, a devastação ecológica, frear o militarismo e uma reforma das leis do direito ao voto. O protesto foi fortemente reprimido e mais de 1000 pessoas foram presas.
Em manifestações simultâneas nas capitais de 35 estados e frente ao Capitólio federal em Washington, uma ampla coalizão de sindicalistas, organizadores sociais, líderes religiosos, ambientalistas, estudantes, artistas, intelectuais e agrupações comunitárias participaram no que os organizadores chamaram “a onda de desobediência civil não violenta mais expansiva na historia dos Estados Unidos”.
Os co-presidentes da “Campanha dos Pobres”, o reverendo William J. Barber e a reverenda Liz Theoharis, estiveram entre as centenas de arrestados em Washington ao ocupar uma rua em protesto contra as “políticas violentas” que se praticam sobre os pobres e os trabalhadores do país.
“Estamos vivendo numa democracia empobrecida”, declarou o reverendo Barber. “As pessoas por todo o país estão se levantando contra a mentira da escassez. Sabemos que no país mais rico do mundo não há motivos para que as crianças padeçam fome, para que aos doentes lhes seja negada atenção de saúde ou para que os cidadãos tenham seu voto suprimido. Ambos partidos têm que ser criticados – um pelo que faz e o outro pelo que não faz”, afirmou.
Ao longo dos próximos 40 dias os organizadores afirmam que haverá mais ações diretas, foros de educação civil, debates, entre outras atividades para gerar um “movimento de fusão moral conformado por gente de todas as raças e religiões”. Esta primeira fase da campanha culminará em Washington com um ato nacional no dia 23 de junho
A campanha tomou seu nome do movimento liderado por Martin Luther King em 1968 para enfrentar o que ele chamava de o triplo mal inter-relacionado do racismo, a pobreza e o militarismo.