O deputado Marcelo Ramos (PR-AM), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, afirmou, nesta quarta-feira (05), em conversa com a economista Maria Lúcia Fattorelli e outros parlamentares, ser contra a aprovação da proposta de capitalização como foi apresentada pelo governo em substituição ao atual modelo de repartição da Previdência Social.
Ele alertou para o fato do governo não ter divulgado os custos de uma transição de um modelo para o outro. “A proposta do texto original da PEC 6 é uma proposta de entregar um cheque em branco para o governo federal”, denunciou. “E eu tenho certeza que a Câmara Federal não vai cometer esse tipo de irresponsabilidade”, disse o deputado.
“Capitalização pura, sem contribuição patronal, com contribuição compulsória do trabalhador para mecanismos de capitalização privada não me parece ser sustentável e eu não tenho dúvida de que isso não irá prevalecer no texto final da proposta”, acrescentou o presidente da Comissão.
Maria Lúcia Fattorelli, que divulgou o vídeo, lembrou que no Chile, onde esse sistema foi implantado, e já está sendo revisto, devido ao desastre que provocou, “a transição para uma capitalização semelhante custou ao país 140% do PIB”.
“Então, ao contrário do que o governo está dizendo, que se não aprovar essa reforma o Brasil quebra, é o contrário. Se aprovar do jeito que está, essa reforma quebra o Brasil”, destacou a economista.
O deputado Marcelo Ramos acrescentou que “os dados da transição, os dados do estoque que vai ficar no Sistema do INSS é o único micro dado que o governo não publicou”.
“Ele não publicou, eu não sei se porque não tem, ou porque realmente o número é muito maior do que o que se tem especulado por aí”, observou. “O fato é que nós vamos ter muita responsabilidade de não entregar esse cheque em branco”, finalizou o parlamentar.