Com dados do Censo de Educação Superior, divulgado na última terça-feira (10), no Brasil, ao menos 75,7% dos jovens de 18 a 24 anos não cursam o ensino superior. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O censo mostra que, nesse grupo etário, ao menos 32,3% frequentam ou ainda não concluíram o ensino médio. Nos dados gerais, 43,4% não frequenta o ensino superior e concluiu o ensino médio, 21,2% não frequenta ou não concluiu o ensino médio, 9,9% frequenta o ensino médio e 1,2% frequenta o ensino fundamental.
Os dados também indicam que só 24,2% dos jovens de 18 a 24 anos ingressaram em uma faculdade ou universidade. Ao todo, 20,2% ainda frequentam a educação superior e 4% não frequentam ou já concluíram o curso.
Durante a apresentação dos dados, o presidente do Inep, Carlos Moreno, afirmou que um dos objetivos do órgão é aumentar para 33% o número de ingressos da faixa etária no ensino superior. “Temos um desafio de ampliar a matrícula na educação superior para o atingimento da meta”, declarou.
Moreno disse que é importante o olhar para o ensino básico para alterar a atual realidade do país quanto ao número de jovens de 18 a 24 que entram e se formam no ensino superior.
Conforme o Censo da Educação Superior 2022, menos da metade (48,2%) daqueles formados no ensino médio realizaram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), necessária para o ingresso em universidades públicas (pelo Sisu) e particulares (pelo Fies, Prouni ou bolsas de ensino).
Os estados com pior desempenho são Bahia, Roraima, Maranhão e Pará. A situação é mais favorável no Ceará, em Goiás e no Espírito Santo.
“Nos últimos anos, houve uma tentativa do governo federal de desconstruir o ensino superior no Brasil (…), com corte orçamentário nas universidades. Esse é o efeito. Estamos começando a reverter o número [de inscritos] no Enem, que estava em queda nos últimos anos”, diz o ministro da Educação Camilo Santana.
A edição de 2023 recebeu 3,9 milhões de inscrições, sendo um aumento de 13,1% em relação ao ano passado. O índice marca uma recuperação após a pandemia da Covid-19: o número de inscrições mais baixo da história foi registrado em 2021 (3,1 milhões).
Apesar da melhora, o Enem ainda está longe de se aproximar do gigante alcance que tinha no período de 2014 a 2016, quando atingia mais de 8 milhões de alunos.
Nem mesmo a graduação em medicina, tradicionalmente tão concorrida, consegue preencher 100% das vagas oferecidas nas instituições de ensino — tanto na rede pública quanto na privada, o índice de ocupação foi de cerca de 95% no último ano.
Em média, considerando os cursos de todas as áreas, aproximadamente 80% das vagas nas universidades privadas ficaram ociosas em 2022. Entre as públicas, o índice foi de 30%.
Os casos mais alarmantes foram registrados nas licenciaturas de química e física.
Na rede privada: formação de professor de química: 97% das vagas NÃO foram preenchidas e; formação de professor de física: 97,6% das vagas NÃO foram preenchidas.
Na rede pública: formação de professor de química: 46,4% das vagas NÃO foram preenchidas e; formação de professor de física: 49,8% das vagas NÃO foram preenchidas.
ENSINO À DISTÂNCIA
Do número de egressos ao ensino superior no país, em 2022, 72% dos alunos que foram aprovados no ensino superior privado optaram por estudar à distância, segundo os dados do Censo da Educação Superior de 2022.
Nas licenciaturas (cursos de formação de professor), o índice foi ainda maior: 93,2%. O crescimento da Educação à Distância (EAD), tendência presente nos últimos anos, gera preocupação de especialistas, por causa da regulação frágil do setor e da dificuldade de mensurar a qualidade dessas graduações.
Os mecanismos atuais de avaliação de cursos não levam em conta, por exemplo, o tipo de plataforma on-line usada pelas instituições de ensino e o tempo dedicado a aulas “síncronas”, em que os alunos podem interagir em tempo real com os professores. A tendência é que as faculdades gravem o material didático apenas uma vez e o vendam para um número cada vez maior de interessados.
“O papel do MEC é regular isso. É um sinal vermelho aceso para a gente tomar medidas importantes diante desse cenário”, afirmou Camilo Santana, durante o evento de divulgação dos dados.
Segundo ele, por decisão do governo federal, 16 cursos superiores não poderão ser feitos à distância: 4 já suspensos (enfermagem, direito, odontologia e psicologia) e outros 12 ainda em debate, por meio de consulta pública.
O número de novos alunos que escolheram fazer faculdade à distância cresceu 20% entre 2021 e 2022: saltou de 3,9 milhões para 4,7 milhões. Desde 2020, a EAD ultrapassou o ensino presencial no quesito “ingressantes”.
A quantidade de cursos EAD no ensino superior triplicou em 4 anos: foi de 3.177 graduações em 2018 para 9.186 em 2022.
Os índices do Censo, referentes a professores, alunos e instituições de ensino, servem para embasar novas políticas públicas e desenhar um panorama da educação brasileira.
Veja os dados na íntegra:
Talvez eu esteja equivocado , mas acho que muitos jovens e Seres humanos preferem estudar a distancia por saberem que em muitas salas de aula presenciais existe muita desordem , anarquia , violencia e falta de professores que tenham paciencia para ensinar corretamente. Outra Coisa , na Extinta Uniao Sovietica , e na Romenia quando era Governada pelo Partido Comunista e pelo Lider: Nicolae Ceausesco ,, eu soube que o ensino era muitp valorizado e era uma prioridade desses governos. Na Finlandia Atual existe a arte de ensinar bem aos jovens e uma real qualidade de vida , OK ? Entenderam ? Compreendam isso por gentileza. O Governo deveria se preocupat Tambem em Valorizar os professores.