As centrais sindicais realizaram, nesta quinta-feira (22), a Plenária Nacional da Classe Trabalhadora. O ato, realizado em Brasília, teve como bandeira a defesa dos direitos dos trabalhadores, reforçando a agenda da classe trabalhadora apresentada no início do governo Lula e a reivindicação de medidas especiais para os trabalhadores do Rio Grande do Sul.
“Em nome das centrais sindicais, fruto da necessidade emergencial, aprovamos a liberação de mais de um bilhão e duzentos milhões do Codefat – Fundo de Amparo ao Trabalhador e do FGTS, em solidariedade aos nossos irmãos e irmãs do Rio Grande do Sul,” afirmou o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.
Adilson destacou a necessidade de investir em infraestrutura e no desenvolvimento, que, no entanto, encontra barreiras na política econômica implementada pelo Banco Central. “Não é admissível que o Brasil, país com capacidade de nos próximos 30 anos ser a 5ª maior economia do mundo, seja subordinado aos ditames do Banco Central que impõe uma taxa de juros maior do que a dos países em guerra se a gente quiser retomar a nossa capacidade produtiva, a geração de emprego e renda, a aceleração do crescimento. A crise climática está nos dizendo que precisamos investir muito em infraestrutura”, completou.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, defendeu a importância da mobilização dos trabalhadores para avançar nas pautas. “Sabemos que o Congresso não é nada fácil, temos minoria e as nossas pautas só vão ter sucesso com muita mobilização e muita luta. Trabalho institucional é fundamental, mas o povo na rua é determinante também”, disse.
O presidente da Nova Central, Moacyr Auersvald, destacou que “os professores de universidades e colégios federais já estão há mais de 60 dias de greve e não se tem nenhuma proposta decente. A proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo federal está muito longe de recompor as perdas salariais sofridas nos últimos anos. O governo precisa honrar a classe”.
“Nós elegemos o presidente Lula, mas não foi o suficiente. O Congresso Nacional não é a favor da classe trabalhadora. E nisso fica claro a importância da atuação sindical nas próximas eleições. Precisamos nos organizar e apoiar figuras que sejam comprometidas com a classe trabalhadora, se não seremos pisoteados pela extrema-direita”, completou Moacyr.
Entre os tópicos discutidos na plenária, destacam-se: Reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e medidas de proteção aos seus trabalhadores; Valorização do serviço público e oposição à PEC 32/Reforma Administrativa; Defesa da Convenção 151 e da negociação coletiva; Promoção do trabalho decente com redução da jornada de trabalho; Igualdade salarial entre homens e mulheres; Reforma agrária e segurança alimentar; Redução de impostos para trabalhadores e correção da tabela do imposto de renda; Valorização do salário mínimo e das aposentadorias; Transição justa e ecológica; Direitos dos motoristas de aplicativos conforme o PLC 12/24; Revogação do Novo Ensino Médio.
Convocaram o ato, além de CTB, CUT e a Nova Central, a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e a Pública: Central do Servidor.