
Os protestos realizados durante a greve nacional organizada na Grécia, na quarta-feira (30), reuniram milhares de pessoas contra as políticas de ajuste da Troika (FMI, UE e BC Europeu) para salvar os bancos atolados na especulação dos derivativos. “As políticas de arrocho praticadas há oito anos pelo Governo e os credores do país impuseram uma redução de 25% do PIB, e um sacrifício ao trabalhadores elevando o custo de vida em 30%”, afirma a nota de convocação assinada pelos sindicatos filiados a Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE) e pela Confederação dos Sindicatos dos Funcionários Públicos (Adedy).
A principal manifestação ocorreu em Atenas, reunindo pelo menos 10 mil pessoas contra a “desregulamentação das relações de trabalho e a deterioração dos direitos dos trabalhadores”, conforme afirmava a nota de convocação. Está foi a primeira greve ocorrida na Grécia durante o ano de 2018, e a oitava realizada contra a traição e desgoverno de Alexis Tsipras.
“Os políticos e os bancos estão nos devorando”, afirmou Yannis Vlachos, que trabalha como funcionário público na cidade de Sparta, durante o ato realizado em frente ao parlamento, sintetizando a indignação dos trabalhadores contra o terceiro e último resgate financeiro que deve ser celebrado em três meses. Ainda entre os manifestantes, centenas portavam faixas e bandeiras dizendo “Não” ao ajuste, ou que os bancos e os políticos “estão esmagando as vidas de todos os gregos”.
A paralisação nacional teve início na madrugada de quarta, com ampla adesão dos servidores públicos, principalmente dos trabalhadores ferroviários, portuários e dos transportes urbanos, com o setor de saúde tendo reduzido seu funcionamento a um nível mínimo, atendendo apenas emergências. Os controladores de voo também aderiram e os trabalhadores que operam os serviços metropolitanos anunciaram sua adesão a uma paralisação de 24 horas que será realizada na quinta-feira.
“O governo, que implementa as mesmas políticas que destruíram os direitos do povo e a economia, está empurrando sobre as costas dos trabalhadores e pensionistas novas medidas insuportáveis”, afirmou a GSEE em comunicado, ao se referir a continuação da “supervisão” dos credores mesmo após o fim do resgate.