Com as presenças dos deputados federais Orlando Silva (PCdoB) e Kim Kataguiri (DEM), as centrais sindicais se reuniram com o Movimento Brasil Livre (MBL), na sexta-feira (11) para fechar a participação dos trabalhadores no ato deste domingo, 12 de setembro, pelo impeachment de Bolsonaro. O MBL, que está convocando os atos desde julho, avalia que a mobilização na Paulista, em São Paulo, será a maior já realizada até hoje.
As cinco centrais farão uso da palavra, além de lideranças políticas. Já confirmaram participação o MDB, PSDB, PDT, PSB, PCdoB, Cidadania, Solidariedade, PSol, PV e REDE. Os atos contam com a participação do “Vem pra Rua” e o “Livres”. Os estudantes também se somarão aos atos.
Confirmaram presença o presidenciável Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB), o senador Alexandre Vieira (Cidadania), o deputado Federal Alexandre Molon (PSB), líder da oposição na Câmara, João Amoedo (Novo), o ex ministro Luiz Henrique Mandetta e o Senador Álvaro Dias (Podemos).
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, declarou ao HP que o “dia 12 é muito importante para unificar as forças pelo impeachment do presidente da República, mesmo com muitas diferenças com o MBL. “A questão eleitoral é outro degrau que nós vamos ter que enfrentar e com certeza nós não estaremos com eles. Nesse momento é importantíssimo a sociedade se unificar e tirar esse mal maior que é o atual presidente”.
Para Miguel, “se nós queremos que o país volte a crescer e se desenvolver, nós temos que passar por cima de algumas divergências para unificar todos em uma causa que é comum. E hoje o que é comum é a urgência de derrotar o Bolsonaro. A ideia das centrais é termos uma frente ampla para que, ano que vem, possamos ter um candidato que possa retomar o desenvolvimento do país. Não será uma tarefa fácil, sabemos disso”, concluiu.
Em nota, a Força denunciou “que o objetivo do Presidente e de seus apoiadores é dividir a Nação, empurrar o país para a insegurança, o caos e a anarquia, resultado da reiterada incitação ao rompimento da legalidade institucional, do descumprimento dos preceitos contidos na nossa Constituição democrática”.
Nivaldo Santana, representando a CTB, avaliou que “a empreitada golpista de Jair Bolsonaro no 7 de setembro fracassou. O tiro saiu pela culatra e ele ficou ainda mais isolado politicamente. Foi constrangido a um patético recuo. Cresce o consenso na oposição e nos movimentos sociais da necessidade de colocar um fim ao desgoverno, concretizando a palavra de ordem ‘Fora Bolsonaro’. Para alcançar este objetivo é indispensável construir a mais ampla frente política e social contra o governo, independentemente e acima das divergências políticas e ideológicas”.
Para Nivaldo, “os atos do dia 7 de setembro, organizados por Bolsonaro, tiveram presença bem abaixo das expectativas. O caráter geral desses atos foi de pregação aberta de golpe”. “E ao dobrar a aposta na radicalização, aprofundou o seu isolamento”, completou.
O MBL divulgou carta nesta semana afirmando que “o espírito da manifestação é resgatar o pacto construído no movimento das Diretas Já, em 1984, pela redemocratização do país, que juntou diferentes segmentos sociais e deixou de lado divergências ideológicas. É preciso colocar as divergências de lado e buscar uma composição política”, diz o diretor-executivo do Livres, Magno Karl. “Sempre tivemos em mente um ato amplo. O discurso do presidente no 7 de setembro acelerou essa participação”, diz Karl.
A exceção ficou para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que anunciou que não irá participar dos movimentos. A presidente estadual da CUT, Clemildes Cortes, explicou que não há confiança quanto aos interesses dos organizadores deste ato.
“É preciso termos abertura política e nos unirmos em torno de um bem maior”, afirmou o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
CARLOS ALBERTO PEREIRA