O ministro Alexandre de Moraes não se intimidou, está no rastro das fake news de campanha e prorrogou por mais noventa dias o inquérito que investiga as armações golpistas de Bolsonaro
Jair Bolsonaro voltou a fazer o que fez durante todo o seu mandato. Ameaças ao Supremo Tribunal Federal e aos seus ministros.
Ele está fazendo isso porque foi o STF que o impediu de rasgar a Constituição, de atacar e sabotar as medidas dos governadores contra a Covid e a desmontar a conquista democrática da urna eletrônica. Sua trama golpista foi desmantelada pela Corte Suprema e é por isso que ele vive atacando e não perdoa os seus ministros.
O “mito” faz essas ameaças ao Supremo para tentar paralisar a fiscalização dos tribunais contra a sua fábrica clandestina de fake news e de suas agressões criminosas à oposição. Eles pretendiam que se fizesse um “pacto de silêncio”.
Bolsonaro poria fim aos seus ataques à Corte desde que os tribunais afrouxassem a fiscalização dos crimes eleitorais e que os inquéritos contra ele e seus familiares fossem arquivados.
Não foi nada disso o que aconteceu.
Durante as eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vem agindo corretamente e já mandou tirar de circulação centenas de fake news fabricadas no submundo das milícias bolsonaristas e do gabinete do ódio.
O ministro Alexandre de Moraes não se intimidou e prorrogou por mais noventa dias o inquérito que investiga as armações golpistas de Bolsonaro.
Portanto, essa discussão de que Bolsonaro poderia descartar uma suposta ideia de aumentar número de ministros do STF caso a Corte baixe um pouco a temperatura, não passa de conversa fiada. Até porque está longe de parecer que ele vá vencer a alta rejeição ao seu governo e consiga superar a vantagem de mais de seis milhões de votos de frente do ex-presidente Lula.
Ministros do Supremo afirmaram que essas declarações estão dentro da cartilha autoritária de Bolsonaro. Muito deles veem esses ataques como uma nova chantagem de Bolsonaro para que, se reeleito, o ministro Alexandre de Moraes arquive inquéritos que miram a família do presidente e aliados”.
É, sem dúvida, um ato de nervosismo diante de um futuro incerto. Ele está com medo do que pode sobrar para ele e sua família. Alexandre de Moraes parece determinado a não passar panos quentes nos crimes cometidos, seja qual for o resultado do pleito.
A chantagem contra o STF é feita também por alguns bolsonaristas recém-eleitos. Eles agitam a proposta de elevar o número de ministros do STF dos atuais 11 para 16. O objetivo é que, caso vença as eleições, ele possa nomear os novos ministros e, assim, passe a controlar a Suprema Corte. Só faltou combinar com os eleitores.