Com as transformações lideradas pelo PC chinês, a expectativa média de vida do povo subiu de 35 (em 1949) para 78,2 anos em 2023
75 anos após o povo chinês se pôr de pé com sua revolução, fundação da República Popular da China e construção da nova democracia, não apenas está em cumprimento a promessa do grande Timoneiro Mao de rejuvenescimento da milenar nação, como a China se tornou a primeira economia do mundo sob o critério de paridade de poder de compra, fábrica do mundo e maior parceira comercial da maioria dos países; assumiu um papel de ponta na inovação, na ciência, na alta tecnologia e nos esforços para fazer frente à crise ambiental; tirou 800 milhões de pessoas da pobreza; e, ao lado de países como o Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, tem trabalhado incansavelmente por um mundo multipolar e menos desigual.
E tem colocado para os povos do mundo sua proposta de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade, com desenvolvimento, cooperação ganha-ganha, não interferência, segurança e paz, de que seu projeto de infraestrutura Rota e Cinturão é uma importante expressão, em tempos de sanções, estagnação econômica, parasitismo financeiro, incitações à guerra e ao caos e ‘pivôs para a Ásia’.
2024, como destacou o Global Times, é também o ano do 70º aniversário dos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica, sobre os quais se construiu, então, o Movimento Não Alinhado, e que hoje se multiplica no Sul Global, aliás, Maioria Global – de que a proposta de comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é uma legítima herdeira.
Sob as transformações lideradas pelo PC chinês, a expectativa média de vida do povo chinês subiu de 35 (em 1949) para 78,2 anos em 2023. De uma taxa de analfabetismo de 80%, a China saltou para quase uma em cada três pessoas com um diploma do ensino médio ou acima. O índice de Gini passou de 0,49 em 2008 para 0,37 em 2023. O PIB per capita atingiu 85.517,48 yuan (cerca de 12.174 dólares) em 2023, mais de 600 vezes o de 1949 – o que permitiu alcançar, no prazo, a meta de “um país moderadamente próspero até 2020”.
Os 75 anos da RPC foram comemorados com o hasteamento da bandeira vermelha na Praça Tiananmen, em Pequim. Na véspera, o presidente Xi Jinping e os principais dirigentes chineses, mais 3 mil convidados, saudaram a data no Grande Salão do Povo.
Xi enfatizou que, para avançar na modernização chinesa, é imperativo defender o papel central do Partido no exercício da liderança geral e coordenação dos esforços de todos, seguir inabalavelmente o caminho do socialismo com características chinesas, aprofundar a reforma em todos os aspectos e expandir a abertura, defender uma abordagem centrada nas pessoas e permanecer comprometido com o desenvolvimento pacífico.
DOIS MILAGRES
“Nos últimos 75 anos, o nosso Partido uniu e liderou as pessoas de todos os grupos étnicos do país a trabalhar incansavelmente e criou dois milagres: o rápido desenvolvimento econômico e a estabilidade social a longo prazo”, afirmou o presidente.
Xi também convocou à unidade da nação chinesa, assinalando que alcançar o grande rejuvenescimento da nação chinesa é “a aspiração comum de todo o povo chinês, incluindo os compatriotas de Hong Kong, Macau e Taiwan”. “Implementaremos de forma abrangente, precisa e inabalável os princípios de ‘um país, dois sistemas’”.
Ele também destacou que Taiwan é parte integrante do território da China, pedindo esforços para aprofundar os intercâmbios econômicos e culturais e a cooperação em todo o Estreito de Taiwan e a se opor resolutamente às atividades separatistas.
Na última década, a China se alçou, ainda, ao papel de mediadora de boa vontade e boa fé, como expresso em sua participação na retomada de relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irã e na restauração da unidade palestina, bem como nos esforços para uma saída diplomática para o conflito na Ucrânia, ao lado do Brasil, e nas suas intervenções na ONU e outros órgãos da governança global.
MOTOR DO CRESCIMENTO GLOBAL
Nos últimos dez anos, a China foi o motor do crescimento no mundo, sendo responsável por 30% dessa taxa. Entre 2007 e 2023, o PIB chinês mais que quadruplicou. Desde a política de Reforma e Abertura de Deng Xiaoping, a China cresceu a uma taxa de 10,1% ao ano entre 1981 e 2001 e promoveu a maior urbanização já vista no mundo – na época da revolução, mais de 80% da população residia no campo.
Enormes investimentos foram realizados em infraestrutura, como atestam o maior porto do mundo (Xangai), o maior aeroporto do planeta (Pequim), a maior usina hidrelétrica mundial (Três Gargantas) e a maior malha de trens de alta velocidade do mundo.
A tentativa de Washington de retardar o desenvolvimento de alta tecnologia da China, que já havia ficado marcada na exclusão da China da Estação Espacial Orbital internacional – o que a empurrou a construir sua própria estação espacial -, acelerou-se nos últimos anos, sob uma guerra implacável desde Trump, com sanções draconianas contra empresas como a Huawei (líder do 5G), proibição de venda de equipamentos de ponta para fabricação e projeto de chips, sobretarifas e até perseguição judicial. Mas a China marcha celeremente para concluir seu domínio da alta tecnologia e já surpreende nas patentes.
Nesse processo, a China também se tornou o maior parceiro comercial do Brasil. Só no ano passado, 30,6% de todas as exportações brasileiras foram para a China. E o saldo é amplamente favorável ao Brasil (+ US$ 51,1 bilhões no ano passado).
TRANSIÇÃO VERDE
Como registrou o GT, “os ‘novos três itens’ da China – veículos elétricos, baterias de íons de lítio e células solares – estão facilitando o mundo acelerar suas transições verdes e de baixo carbono, enquanto seus projetos de infraestrutura abrangem mais de 190 países e regiões em todo o mundo”.
No momento, a indústria automobilística está sendo remodelada à escala global, e quem surpreendeu pela capacidade de inovação foi a China e suas marcas.
Registre-se ainda que o investimento direto da China nos países participantes da Iniciativa do Cinturão e Rota ultrapassou US$ 300 bilhões até 2023.
Empresas chinesas construíram a primeira linha de transmissão de corrente contínua de ultra-alta tensão nas Américas, a primeira ferrovia eletrificada, a primeira mina digital e vários projetos de infraestrutura e subsistência na África, dando uma contribuição indelével para a construção de infraestrutura global.
O PAPEL DA CONSCIÊNCIA
A mídia neocolonial, quando trata o gigantesco avanço da China, vive asseverando que se deve a que a liderança chinesa, desde Deng Xiaoping, optou pelo “mercado” e abandonou o “socialismo”, o que explicaria o milagre chinês. O problema é que os maiores aplicadores dos ditos mecanismos de mercado, ao contrário da China, ao invés de se industrializarem, se desindustrializaram, hipertrofiaram seu setor especulativo, e mal conseguem fugir da estagnação, quadro de grande parte do G7.
Ao contrário do receituário do FMI, a China manteve setores estatais decisivos, como os bancos e a energia, e não abandonou a intervenção do Estado na economia, à mercê dos “mercados” (e dos especuladores e atravessadores), como o Consenso de Washington ditou.
Optou pelo “socialismo com características chinesas”, não se dobrou ao neoliberalismo, jamais tendo abandonado os planos qüinqüenais. Em relação ao capital externo, em troca da entrada em seu mercado interno, exigiu – e obteve – transferência de tecnologia. Ergueu o pólo de desenvolvimento de Shenzhen.
Então, o que explica a arrancada chinesa não é a prevalência das forças cegas do mercado, mas do planejamento, sob os planos qüinqüenais e suas derivações, como a política industrial consignada no plano “Made in China 2025”, que trouxe a China para a vanguarda nos chips avançados, na computação quântica e AI, e cujo propósito era produzir internamente, com tecnologia própria, 70% dos semicondutores usados pela ‘fábrica do mundo’.
A China também teve a capacidade de fazer as adequações, para encontrar saídas para os entraves. Como a “dupla circulação”, aliando o fortalecimento do mercado interno e da ampla troca comercial da China com o mundo. Agora, a ênfase no desenvolvimento das forças produtivas de qualidade.
É a consciência – e não a falta dela – e a busca da inovação que explicam o salto que a China está empenhada em dar. Como observou o Global Times, são 1,4 bilhão de pessoas avançando no caminho da modernização. “Essa escala tão vasta é uma das principais forças motrizes poderosas para o progresso de todo o mundo e da sociedade humana. As práticas da modernização chinesa nos ensinam que o desenvolvimento é a chave para resolver todos os problemas.”
SEM O HEGEMONISMO NO DNA
Em sua famosa mensagem a Trump, sobre o sucesso da China e o declínio dos EUA, o ex-presidente Jimmy Carter, que completou nesta terça-feira 100 anos de vida e em cujo mandato EUA e China normalizaram as relações diplomáticas, deu seu testemunho sobre a questão.
Como narrou Carter, o então presidente Trump estava particularmente preocupado sobre como a China está “se adiantando”. Questão sobre a qual teve de concordar.
“E você sabe por quê? Eu normalizei as relações diplomáticas com a China em 1979. Desde 1979, sabe quantas vezes a China esteve em guerra com alguém? Nenhuma. E nós ficamos em guerra”, disse Carter.
O ex-presidente afirmou que os EUA são “a nação que mais guerreiam da história do mundo” devido ao desejo de impor valores americanos a outros países, enquanto a China priorizou investir seus recursos em projetos como ferrovias de alta velocidade em vez de gastos de defesa.
“Nós desperdiçamos, eu acho, US $ 3 trilhões”, disse Carter, referindo-se aos gastos militares americanos só no Iraque e Afeganistão. “A China não desperdiçou um único centavo com a guerra, e é por isso que eles estão à nossa frente. Em quase todos os aspectos”.
“E eu acho que a diferença é que se você pegar US $ 3 trilhões e colocá-los na infra-estrutura americana, você provavelmente terá US $ 2 trilhões sobrando. Teríamos ferrovia de alta velocidade. Teríamos pontes que não estão em colapso. Teríamos estradas mantidas de forma adequada. Nosso sistema educacional seria tão bom quanto o da Coréia do Sul ou de Hong Kong”.
“Eu não estava comparando o meu país adversamente com a China”, esclareceu Carter. “Eu estava apenas apontando isso porque eu recebi uma ligação ontem à noite”. O ex-presidente disse entender que Trump se preocupasse com a China superando os EUA como a maior superpotência econômica do mundo.
“Eu realmente não temo esse tempo, mas incomoda o presidente Trump, e não sei por quê. Não estou criticando ele – esta manhã”, comentou, na época, Carter, rindo.
Como o presidente Xi tem falado, não está no DNA da China ser hegemônica.
Matéria produzida com contribuições da agência de notícias Xinhua