China tem 3.000 universidades das quais 50 estão entre as melhores do mundo

Um dos edifícios do campus da Universidade de Pequim, onde estudou Mao (Redes)

A China alcançou um alto nível em educação superior com mais de 3.000 universidades — a maioria públicas —, cinco das quais estão entre as 50 melhores do mundo, de acordo com o relatório da empresa de consultoria educacional QS (Quacquarelli Symonds) Global World Ranking 2025. Essa grande quantidade de vagas e a ampla variedade de áreas de conhecimento dos cursos levou mais de 10 milhões de jovens a fazer o exame nacional de admissão nos últimos anos, dos quais cerca de 80% são admitidos em uma instituição, de acordo com acadêmicos e autoridades consultados.

Segundo o ministro da Educação, Huai Jinpeng, entre 2021 e 2025, o país formou 55 milhões de profissionais de nível superior e garantiu que mais de 70% da mão de obra qualificada inserida em setores industriais modernos viesse do ensino técnico, tendo conseguido a conclusão de todas as metas educacionais previstas no 14º Plano Quinquenal (2021-2025), informou a Rede Global de Televisão da China (CGTN, por sua sigla em inglês), em setembro passado.

Universidades chinesas também conquistaram a maioria dos prêmios de ciência e tecnologia, com avanços expressivos em áreas como inteligência artificial, ciências da vida, materiais e exploração espacial.

O ensino superior chinês alcançou a chamada fase de universalização, com taxa bruta de matrícula superior a 60% e mais de 13 milhões de candidatos no último Gaokao, o exame nacional de admissão.

Esse nível que o gigante asiático atingiu é um dos fatores que o levou a dominar 57 das 64 tecnologias críticas do mundo, como sensores quânticos, drones e robôs, contra apenas três entre 2003 e 2007, ultrapassando os Estados Unidos, que recuaram de 60 no mesmo período para apenas sete entre 2019 e 2023, de acordo com um relatório do Australian Strategic Policy Institute.

ESTADO DESTINA ORÇAMENTO BILIONÁRIO AO ENSINO SUPERIOR

Para Chang Fuliang, reitor da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, e Wang Jiao, diretor da secretaria do Instituto Politécnico dessa cidade, o peso do ensino superior no país e no seu desenvolvimento foi alcançado graças ao orçamento anual de 21,2 bilhões de dólares que o governo lhe destina, à formação de seus professores e à colaboração que as universidades mantêm com a produção para que seus graduados respondam à demanda de mão de obra.

Para ingressar nas universidades, os alunos devem realizar o Gaokao, o exame nacional de admissão com duração de dois dias. É um teste para o qual se preparam arduamente ao longo de toda a carreira acadêmica. Embora cerca de 80% dos alunos ingressem com sucesso nessas instituições, estima-se que apenas 5% sejam admitidos em uma das nove instituições de elite: Universidade de Pequim, Universidade Tsinghua, Universidade Fundan, Universidade Jiao Tong de Xangai, Universidade Zheijiang, Universidade de Nanquim, Instituto de Tecnologia de Harbin, Universidade Xian Jiaotong e Universidade de Ciência e Tecnologia.

UNIVERSIDADES ONDE ESTUDARAM MAO E XI

A Universidade de Pequim e a Universidade Tsinghua são as mais disputadas pelos estudantes. A primeira é a instituição mais antiga, fundada em 1898, e já viu figuras políticas históricas como Mao Tsé-tung, fundador da República Popular da China, e Li Dazhao, um dos fundadores do Partido Comunista, passarem por suas salas de aula, bibliotecas e corredores.

Localizada no distrito de Haidian, um epicentro educacional, esta escola está classificada em 14º lugar no mundo, de acordo com o QS Global World Ranking 2025, e se concentra em educação relacionada às ciências humanas, sociais e medicina.

Atrás da Beida, como é coloquialmente conhecida, está a Universidade Tsinghua, que ocupa a 17ª posição. É a instituição onde o presidente Xi Jinping estudou e é um pilar da inovação científica, do desenvolvimento de talentos e do desenvolvimento nacional.

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