
“É hora de Julian Assange ficar livre para partir sem medo, é preciso pôr fim à perseguição. Obrigá-lo a permanecer na embaixada equatoriana por medo da extradição para os Estados Unidos é um ato claramente político”, denunciou o renomado cineasta Ken Loach, somando-se à campanha pela libertação imediata e incondicional do australiano, fundador e editor do WikiLeaks.
Ken Loach, que retratou a luta contra a opressão britânica da Irlanda em “O Vento Que Sacode a Cevada” – pelo qual ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 2006 -, alertou que “na atual atmosfera febril, pessoas nos EUA chegaram a pedir sua execução”. “Assange somente defendeu o direito do público de saber o que é feito em seu nome”’, acrescentou o cineasta.
Assange está confinado na Embaixada do Equador em Londres por expor os crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão, inclusive o famoso vídeo do “assassinato colateral”, que mostra a execução de 12 civis iraquianos por soldados em um helicóptero Apache. Entre outros documentos que comprovam crimes dos EUA, o ciberativista expôs 250.000 cabogramas da intervenção do Departamento de Estado no mundo inteiro e milhares de páginas com as técnicas de hackeamento da CIA.
MANIFESTAÇÃO EM SIDNEY
No último domingo, centenas de manifestantes ocuparam a Praça da Prefeitura de Sidney, Austrália, para exigir que o governo do primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, se mova pela libertação do compatriota Assange. Reunindo trabalhadores, estudantes e lideranças dos movimentos sociais, o ato dirigido pela presidente do Partido Socialista da Igualdade (SEP), Linda Tenenbaum, condenou o “apagão” total da grande mídia e a hostilidade em relação ao coordenador do WikiLeaks, vítima de uma campanha permanente de difamação. Linda reiterou a incansável determinação de Assange em “denunciar a opressão como causa da guerra, da desigualdade e de todos os ataques aos direitos democráticos” e frisou que a multiplicação de apoios por dezenas de países tem ampliado a luta para que a verdade e a justiça triunfem.