A pandemia de coronavírus incentivou diretores, produtores e gestores de festivais de cinema da Argentina a liberar importante conteúdo audiovisual para seu consumo gratuito.
Com as atividades públicas suspensas como forma de prevenir possíveis contágios, artistas e produtores de obras que não poderão ser exibidas durante esse período buscaram alternativas para levar seu trabalho ao público, tendência que se acelerou com a declaração de isolamento social obrigatório que rege no país desde a sexta-feira, 20.
Entre as iniciativas que já foram realizadas nesse contexto se destaca a “Cuarentena de Películas” (Quarentena de filmes, um ciclo diário e gratuito de cinema argentino online), organizada pela Associação de Diretores de Cinema PCI, que inclui ainda uma conversa virtual com os diretores dos filmes programados.
“Cuarentena de Películas” oferece uma lista de doze títulos, um por cada dia de isolamento inicialmente previsto, selecionados entre o melhor e mais recente do cinema argentino. Os mesmos estarão disponíveis de forma gratuita das 0:00 às 20:00 de cada dia, através do site http://www.puentesdecine.com. Uma vez concluído o horário de exibição, os espectadores poderão participar de um diálogo com o diretor de cada filme.
A Argentina anunciou o isolamento social obrigatório em nível nacional pela crise do coronavírus. O presidente Alberto Fernández emitiu um decreto proibindo que toda a população abandone seus lares com a exceção de sair para comprar alimentos ou medicamentos, até 31 de março. A ordem de quarentena obrigatória entrou em vigência a partir da meia-noite da sexta-feira, 20.
O presidente explicou que era para o bem de todos os argentinos e acrescentou que “vamos ser absolutamente inflexíveis” e que a pessoa que não possa explicar a razão de estar na rua se verá submetida às sanções que o código penal prevê.
Fernández reconheceu que necessariamente haverá problemas econômicos, mas chamou à “tranqüilidade” aos setores informais e aos autônomos, para quem o governo anunciará medidas para atenuar a falta de recursos que inevitavelmente derivará desta situação nos próximos dias.
“Estamos permanentemente avaliando a situação de muita gente que vive de bicos ou de diárias e não está associada ao Ministério”, assinalou o ministro de Desenvolvimento Social, Daniel Arroyo, que lembrou que esse setor atinge “quase um milhão de pessoas na Argentina”. Assim, avaliou que “o garçom, o carpinteiro, a faxineira diarista, o taxista ou motorista de uber” compõem um segmento que “vive diretamente de seu próprio ingresso e agora não têm para movimentar-se, nem têm trabalho”.
Na tarde de sábado, 21, na Argentina foram confirmados 158 casos de infectados e 4 mortes.