
O ex-ministro Ciro Gomes, que foi candidato a presidente da República pelo PDT, afirmou que está impressionado com a “precocidade da confusão” envolvendo o governo de Bolsonaro.
“Eu prometi que só iria fazer crítica depois dos 100 primeiros dias de governo, mas está impossível porque tem este bando de boçais que está brincando de governar”, observou. “Botaram um garoto de 13 anos, um adolescente tuiteiro para governar o país”, continuou suas críticas feitas em evento do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), em São Paulo, na segunda-feira (11).
Ciro afirmou que Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio Bolsonaro (PSL), é “laranja-mor”. Queiroz foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com movimentações financeiras suspeitas de R$ 1,2 milhão em um ano e de R$ 7 milhões em três anos.
Ciro comentou que nesse momento não vai “agir com a prudência de candidato”, não haverá “silêncios, conversa mole e promessas mirabolantes”. “Vou falar o que as pessoas precisam ouvir”, explicou.
Ele disse que vai pensar cem vezes antes de aceitar ser candidato em 2022. “Sabe lá o que vai acontecer com o Brasil, estou muito angustiado, muito preocupado e acho que preciso ter a liberdade de uma não conveniência de candidatura para ajudar os jovens, principalmente, a entender o que está acontecendo”, disse.
Ciro disse que o governo cria “distrações” para desviar o assunto dos problemas principais do país, como o laranjal do ministro do Turismo e do filho de Bolsonaro, Flávio, com seu ex-motorista Fabrício Queiroz. Segundo Ciro, parte da imprensa tem participação nisso. “O que o governo tem feito é aproveitado essa leviandade da imprensa, que não creio que seja de má-fé, é uma coisa dos tempos modernos, em que tudo é descartável, tudo é irrelevante, e vive distraindo vocês com esses papos-furados aí. Vai tomar conta de Zé de Abreu a uma altura dessa? Zé de Abreu, eu o conheci fanático do PSDB”, disse aos repórteres.
O ex-ministro ainda criticou o PT: “esse lado quadrilha eu não aguento mais, não quero saber e vou enfrentá-los. Não aceito mais a hegemonia desse lado bandido do PT. Acho que eles são corresponsáveis por esses malefícios todos que o Brasil está vivenciando”.
Sobre a reforma da Previdência, Ciro reafirmou que o PDT é contra a PEC do governo e que é necessário conter os danos contidos no projeto “contra os mais pobres”.
Ciro questionou a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que o condenou a pagar uma indenização de R$ 38 mil por danos morais ao vereador Fernando Holiday (DEM) por chamá-lo de “capitãozinho do mato” em entrevista à Rádio Jovem Pan no ano passado. “A crítica política é livre. O dia que alguém tipo um bostinha desses me calar, nesse dia eu já saí da vida pública”, afirmou o pedetista.