O governo do Rio de Janeiro, comandado por Cláudio Castro (PL), cortou o salário dos policiais civis que fazem a escolta do deputado federal e pré-candidato ao governo do estado pelo PSB, Marcelo Freixo.
De acordo com informações obtidas pelo colunista do jornal ‘O Globo’, Bernardo Mello Franco, três policiais civis que fazem parte da equipe de escolta de Freixo foram transferidos à revelia e, na mudança, perderam gratificações de R$ 1.500 mensais.
Ainda no fim de 2021, Castro, que tenta a reeleição, já havia ameaçado retirar parte da escolta que faz a proteção de Freixo.
Por ter sido presidente da CPI das Milícias na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Marcelo Freixo passou a sofrer constantes ameaças de morte e com isso, por exercer mandato parlamentar, ele tem direito a segurança 24 horas.
Segundo Bernardo Mello, “Castro é apoiado por alvos notórios” das investigações que ocorreram no âmbito da CPI contra milicianos que Freixo presidiu. E agora, os dois se enfrentam na disputa pelo Palácio Guanabara.
Pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 7, mostra que o governador Claudio Castro, e Marcelo Freixo estão tecnicamente empatados na liderança da disputa pelo Palácio Guanabara neste ano. Freixo aparece com 22%, enquanto Castro tem 18%.
Freixo não comentou a decisão.
O vereador do Rio Tarcísio Motta (Psol) classificou a decisão do governo do estado como “inadmissível” e lembrou do contexto de crescimento de grupos milicianos no estado e no Brasil.
“Em um cenário de crescente violência política e espraiamento territorial das milícias, é absurda a fragilização de sua proteção”, comentou o vereador nas redes sociais.
A escolta policial para o deputado federal é uma necessidade real. Além de ter tido o irmão assassinado pela milícia em 2006 (fato ocorrido antes de ele ser eleito deputado da Alerj), Marcelo Freixo era um dos principais amigos e apoiadores da vereadora Marielle Franco, que já havia sido sua assessora.
Marielle foi morta em uma emboscada junto ao seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Os milicianos Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos acusados de serem os executores da vereadora. Os mandantes do crime seguem desconhecidos.