
Durante o debate entre os candidatos ao governo do Rio de Janeiro, projetos da Fundação Ceperj, que estão na mira do Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado por contratar pessoas sem especificar quem e realizar saques em dinheiro na boca do caixa, vieram à tona.
Na última quarta-feira, 14, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), determinou a interrupção de oito projetos e a extinção de seis.
No debate do SBT, o deputado federal e candidato ao governo do Rio pelo PSB, Marcelo Freixo, lembrou entre outras irregularidades, que cerca de 260 pessoas que estiveram ou estão presas receberam recursos públicos da fundação.
“Witzel foi afastado do governo deles porque roubou na saúde (…) Eu falei aqui no bolsa bandido. Na lista do Ceperj, de gente que não trabalha e recebe dinheiro público, são 260 criminosos recebendo dinheiro que deveria ir para a creche do seu neto, para a escola do seu filho, para a saúde. O Cláudio Castro está pagando bandido…”, disse Freixo.
Freixo destacou os crimes de cada um dos citados e alegou que um deles estava preso, ganhou liberdade e em apenas seis dias estava recebendo recursos do Ceperj.
“Não é que em seis dias ele começou a trabalhar, seis dias ele já recebeu. Você tem o caso mais rápido de ressocialização de um preso no planeta. O seu dinheiro que deveria estar na creche do seu neto, do seu filho, que devia estar na escola de tempo integral, numa merenda melhor, está fazendo o Cláudio Castro pagar bandido. É o ‘Bolsa Bandido’ que acaba de ser lançado com o dinheiro do Ceperj”, denunciou.
O governador Claudio Castro rebateu, mas, ainda assim, admitiu problemas na fundação. “Infelizmente, Marcelo Freixo, governar não é o parque da fantasia que você acha. Governar tem problema sim, já ajeitamos. A régua dele é diferente para quem é parceiro dele e para quem é adversário”, disse.
No debate houve ainda outro confronto direto entre Freixo e Castro. Em uma discussão sobre segurança pública, o atual governador do Rio disse ao adversário que não poderia ser “frouxo” na condução da área.
“No governo Marcelo Freixo, se um policial tiver num local cercado por bandidos e um helicóptero tiver perto, o governo Marcelo Freixo vai deixar o policial morrer, no meu governo não. No meu governo a polícia tem que utilizar todos os meios necessários”, disse.
Freixo rebateu: “Para cuidar da segurança também não pode ser bandido. Não pode ser ladrão. Seu chefe de polícia [ex-secretário Allan Turnowski] acabou preso”.