Em novembro, cartão de crédito foi a 445,8% ao ano. Juros do cheque especial, empréstimos às pessoas físicas e jurídicas e o spread bancário também subiram
As taxas médias de juros do cartão de crédito rotativo, que outubro estavam em 438,9% ao ano, sofreram um novo aumento em novembro mantendo-se em níveis estratosféricos, agora, de 445,8% ao ano, segundo dados divulgados na sexta-feira (27) pelo Banco Central (BC).
As taxas do cheque especial também sofreram mais um aumento, saindo de 135,5% ao ano em outubro para 137,3%, em novembro. Entrando no cheque especial em R$ 1.000,00 em um ano o correntista estaria com uma dívida de R$ 2.373,00.
Como era possível prever, o recente ciclo de alta da Selic, taxa básica da economia, levada a efeito pelo Banco Central (BC), provocou aumentos generalizados de taxas de juros. Não só era possível prever, como na verdade, foi o propósito do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a despeito de combater a inflação que se mantém bem comportada.
Para o Copom a economia está muito aquecida, crescendo muito, o desemprego está muito baixo, o nível de renda está alto e pela sua lógica, ao invés de haver um aumento dos investimentos para superar eventuais gargalos do crescimento, que exigem uma Selic muito abaixo dos atuais patamares, propugnam travar a economia indefinidamente.
Nada de crescer enquanto não pagar a dívida pública, ao invés de crescer para inclusive ter condições de reduzi-la. O setor público gastou R$ 819,7 bilhões (7,19% do Produto Interno Bruto (PIB)) com o pagamento de juros da dívida pública no acumulado de 12 meses até setembro último. Dinheiro que continua na ciranda financeira, ao invés da dirigir-se para a produção, estimulado pela Selic nas alturas.
Na toada dos aumentos de juros, ainda em novembro, tivemos a média das taxas para as pessoas físicas que subiu 0,5 ponto, situando-se em 33% ao ano. A taxa cobrada das pessoas jurídicas, por sua vez, avançou 0,4 ponto percentual, para 19,4% ao ano
Nos recursos livres, que são os empréstimos sem qualquer incentivo governamental, a taxa média subiu de 40,3% para 41% de outubro para novembro. No caso dos recursos direcionados, que tem incentivos governamentais, houve, nesse caso, um insignificante recuo de 10,8% para 10,7% entre os dois meses.
O spreads, que medem a diferença e entre as taxas que os bancos cobram nos empréstimos e o custo de captação desses recursos, na média, subiu 0,2 ponto, para 18,6 pontos percentuais em novembro.
Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread subiu de 23,3 pontos percentuais em outubro para 23,6 pontos. No crédito para as empresas, ficou em 8 pontos em novembro, ante 8,2 pontos no mês anterior.
Os saqueadores de colarinho branco e seus arautos, capachos ignorantes na mídia venal, classificam a inflação brasileira como inflação de demanda.
Mentira!
É inflação de oferda, e o insumo (de todos setores produtivos) que mais subiu foi o crédito.
Qual o impacto dessa SELIC de agiota nesta inflação de oferta?
Por que não existem estudos divulgados sobre esse assunto?