A convenção partidária do PSB oficializou neste sábado, 27, a candidatura da deputada Tabata Amaral à prefeitura de São Paulo. O nome do vice ainda não foi definido. Sua candidatura foi oficializada por unanimidade pelo partido na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte de São Paulo. Até o momento, a prefeiturável ainda não discursou.
Durante o evento, o PSB também homologou a candidatura de cinquenta e seis vereadores pelo partido. Tabata Amaral deve anunciar seu vice até o dia 5 de agosto.
O evento contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, Márcio França. Ambos estarão em palanques diferentes de Lula, uma vez que o presidente apoia a candidatura do deputado Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura da capital paulista.
“Vivemos hoje no Brasil uma política polarizada. De um lado, quem acredita na democracia e no voto; e de outro, aqueles que gostam da ditadura e querem tirar o direito sagrado de o eleitor votar. O lado da Tabata é o nosso lado, o melhor lado, o de quem quer trabalhar”, disse o vice-presidente Alckmin.
“A história da Tabata é a história de São Paulo. O outro lado não quer escolas, uma proposta racista, baseada na segregação dos EUA, que tinha escolas diferentes para brancos e negros. Nós queremos todas as crianças na escola. Vamos dar todo o apoio para Tabata, São Paulo vai ter a melhor prefeita. Chegou o tempo das mulheres”, completou.
Com 30 anos, Tabata Amaral é a mais jovem e a única mulher entre os candidatos com mais intenção de voto em São Paulo. Ela aparece em quinto lugar, com 7% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha. Ela está atrás de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, com 24%, e Guilherme Boulos (PSOL), com 23%, e empatada tecnicamente com Datena (PSDB, 11%), Pablo Marçal (PRTB, 10%) e Marina Helena (Novo, 5%). A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Tabata tenta se firmar como uma “terceira via” a Nunes e Boulos, mas perdeu espaço após a entrada de Datena e Pablo Marçal na disputa. Em seu primeiro discurso oficial como candidata, Tabata reforçou suas origens humildes, numa ocupação na Vila Missionária, extremo sul da capital paulista. “Tenho uma baita experiência em contrariar os profetas da derrota. […] Estaremos no segundo turno. Com a bênção de Deus e o voto do povo, venceremos esta eleição. Eles virão com ódio e mentira, mas nossa arma é a esperança”, disse.
O presidente nacional do PSB, Márcio França, afirmou que Tabata receberá a maior parte dos recursos do partido para sua campanha em São Paulo. “Ainda não sabemos quanto, nosso partido é menor do que os outros na disputa, mas nossos recursos serão destinados a ela. É a principal candidatura do PSB no país. E nunca vi alguém engajar tantas doações de campanha de pessoas físicas, ela é um fenômeno e, com certeza, não faltarão recursos”, disse Márcio França.
Além de Alckmin e França, o evento teve a presença da professora Lúcia França, do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, do prefeito de Recife, João Campos, e do deputado federal Pedro Campos.
O PSB adiou a escolha do vice e continua em negociações com o PSDB. Os dois partidos haviam firmado um acordo em que os tucanos indicariam o vice para formar uma chapa pela prefeitura paulistana. Para isso, a própria Tabata pediu que o jornalista José Luiz Datena deixasse o PSB e se filiasse ao PSDB para que fosse ele seu candidato a vice.
Contudo, após mudar de legenda, José Luiz Datena homologou sua própria candidatura à prefeitura pelo PSDB, também neste sábado. O gesto foi considerado uma traição à campanha de Tabata.
