
Internacionalização dos preços e falta de estoques reguladores retiram a carne do prato dos brasileiros
Segundo dados da COMEX, em fevereiro, a exportação de carne bovina in natura atingiu a cifra de US$ 938,47 milhões, um aumento de 15,7% em relação ao mesmo mês do ano passado (US$ 810,86). Enquanto isso, a inflação continua assombrando e tirando a carne do prato dos brasileiros.
A internacionalização dos preços dos alimentos, bem como a ausência de políticas robustas de estoques regulares, é a principal responsável por este resultado aparentemente contraditório.
Entre fevereiro de 2024 (US$4,53) e 2025 (US$4,93), o preço da carne em dólar por kg teve uma alta de 8,8%. Somado a isso, a taxa de câmbio esteve em plena desvalorização no período, passando de 1US$/R$4,93 para 1US$/R$5,97.
Nesse cenário, os exportadores, que obtêm fartos subsídios públicos, são preferencialmente favorecidos e têm sua rentabilidade amplificada ao escoar sua produção para o mercado internacional em detrimento do mercado doméstico.
Após a queda de 9% em 2023, o preço da carne disparou 20,84% em 2024, a maior alta desde 2019 (32,4%), segundo a inflação oficial medida pelo IBGE (IPCA).
No IPCA de fevereiro deste ano, a inflação das carnes subiu 0,08% e em doze meses acumula alta de 21,98%. No mês, a alta foi puxada pelo Acém (alta de 1,17%), lagarto (1,49%), Capa do Filé (1,67%), Peito (0,89%) e Alcatra (0,40%). Em 12 meses, pelas carnes como Acém (27,85%), Patinho (24,76%), Contrafilé (21,47%), Peito (23,26%), Alcatra (20,68) e Costela (23,63%).