
Os servidores públicos federais intensificaram, nesta semana, a pressão em defesa do reajuste salarial com reposição das perdas, que no governo Bolsonaro chegam a quase 30%.
Nos últimos dias, servidores do INSS, do Banco Central e do Tesouro pararam os serviços em protesto contra o arrocho. Os funcionários da Controladoria-Geral da União (CGU) também decidiram, em assembleia na quinta-feira (31), paralisar as atividades na próxima quarta-feira (6) e iniciar uma operação padrão em protesto por reajuste.
Nesta quarta (30), servidores também protestaram em Brasília exigindo uma resposta do governo, com passeatas em frente aos ministérios da Saúde, Trabalho e Previdência e Economia. As categorias exigem abertura imediata das negociações para a recomposição salarial emergencial de 19,99%.
De acordo com o secretário geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, por conta dos prazos, a única coisa que resta aos servidores é a pressão. “Nós queremos uma posição definitiva do governo. Precisamos saber se vão abrir o processo de negociação para o reajuste”, afirmou.
Nesta quinta-feira (31), foi divulgado que o governo avalia a concessão de um reajuste de 5% para todos os servidores do Executivo federal, mas nenhuma proposta efetivamente foi apresentada.
Para o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, a ausência de política salarial do governo Bolsonaro, desde o início de seu mandato em 2019, elevou as perdas do funcionalismo para 30%.
“Então, conceder 5% a partir de 2 de abril, conforme possibilita a legislação eleitoral, é completamente insuficiente para recompor o poder de compra dos salários. Pior, é uma verdadeira afronta a mais de 1 milhão de servidores federais civis, ativos e aposentados”, protestou Rudinei.
No Banco Central, os servidores já aprovaram greve por tempo indeterminado a partir de 1° de abril e afirmam que, sem a garantia de reajuste, a greve será mais “severa” e poderá interromper, total ou parcialmente, as operações do órgão.