Na saudação diante do túmulo do dirigente soviético, o presidente do Partido Comunista da Federação Russa, Gennady Zyuganov, chamou à unidade para vencer a agressão de Kiev fomentada pelo imperialismo anglo-saxão que “está afogando o mundo inteiro em sangue sob a capa de seus fraques e conversas vazias sobre democracia”
Com bandeiras do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) e fotos de Stalin, integrantes de diversos órgãos do PCFR (Comitê Central, no Comitê da Cidade de Moscou), da bancada do PCFR na Duma (Assembleia Federal da Federação Russa), Komsomol Lenin (Juventude do PCFR), e ainda participantes da União dos Oficiais Soviéticos, organização Mulheres da Rússia, e dos Filhos da Guerra, entre outras, se concentraram diante dos muros do Kremlin e formaram extensa fila para depositar flores no túmulo do líder soviético Joseph Stalin na celebração do 145º aniversário do nascimento do dirigente, neste sábado, 21 de dezembro.
Seguem os principais trechos do pronunciamento de Zyuganov:
“Joseph Vissarionov Stalin, junto com Lênin, foram os gênios que criaram, pela primeira vez no mundo, um Estado de trabalhadores e camponeses, que representou o auge da civilização russa”, afirmou em seu pronunciamento ao final da concentração na Praça Vermelha, o presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa e líder da aliança Forças Patrióticas Populares da Rússia, Gennnady Zyuganov.
“Acredito que a modernização e a salvação do nosso Estado, promovidas por Lenin e Stálin deveria ser estudada hoje em todas as sedes dos órgãos de governo”, destacou.
O líder do PCFR iniciou seu pronunciamento, anunciando o que considera o maior exemplo de medida prática, neste momento: os comunistas estão organizando mais um comboio, o 132º, para enviar aos que “lutam pela nossa Pátria. São 150 toneladas de tudo que uma pessoa precisa na frente, que o pessoal dos hospitais precisa”.
“O povo russo”, prosseguiu Zyuganov, foi capaz de criar “uma civilização única que reuniu 190 povos e nacionalidades, sem destruir uma única fé, uma única cultura, uma única religião e uma única tradição”.
Ao denunciar o imperialismo “anglo-saxão” que fomentou “uma briga entre o povo eslavo da Ucrânia e a maioria dos russos que lá vive, Zyuganov ressaltou o trabalho do atual governo russo, na pessoa de Vladimir Putin, que “trata de, antes de mais, reforçar a soberania baseada na auto-suficiência. Nosso país é verdadeiramente autossuficiente. E, se olharmos para a sua história, todos os maiores e mais talentosos comandantes, reis e secretários-gerais lutaram para que fosse independente, livre, forte, confiante e seguro”.
REVERTER O RETROCESSO
O dirigente do PCFR denunciou que a Federação Russa busca reverter o retrocesso causado pelos que traíram o esforço de Lenin e Stalin na construção do Estado socialista: “É muito importante para nós agora compreender que essas ‘reformas’, essas políticas traiçoeiras que foram impostas pelos Gorbachevs, Yeltsins, Yakovlevs, Shevardnadzes e pelo bando de ladrões Gaidar-Chubais são o maior crime não só contra o povo do nosso país, mas também de todo o planeta”.
Ressaltou a abnegação dos soviéticos na luta e vitória contra o nazismo sob o comando de Stalin. “Uma luta que ceifou a vida de 27 milhões dos melhores filhos e filhas do nosso país. Na minha terra natal, de cem homens que foram para o front, apenas dez retornaram. E todos os feridos”.
Ele avalia que, mais recentemente, de novo, foram perdidas “milhões de pessoas como resultado da política traiçoeira” contra o Estado Soviético, particularmente com a decretação de sua extinção em 1991.
“Por conseguinte”, prosseguiu, “é necessária uma política fundamentalmente diferente, que propusemos há muito tempo. Formamos a União Patriótica Popular, que se baseia, antes de tudo, nos ideais de justiça, trabalho e em um Estado socialista forte”.
“Nunca houve um Estado mais forte na história. Dentro da URSS, éramos os mais vitoriosos, os mais fortes, os mais inteligentes, os mais cósmicos e os mais honrados”, declarou.
“Isso começa a ser reconhecido de forma cada vez mais ampla. Hoje, os camaradas da linha de frente estão lutando sob a Bandeira Vermelha da Grande Vitória e a divisa URSS nas mangas.
Zyuganov saudou os avanços determinados por Putin, mas criticou os “muitos, incluindo os da sua administração, que ainda não implementaram esta política”.
Ele exemplificou a resistência ao reconhecimento da história do país, no fato de que “hoje, os canais de TV não falaram sobre o fato de que este é o aniversário de Stalin, mas foram obrigados a mostrar e contar como esses gênios cresceram, o que fizeram pelo grande país soviético”.
“Apesar do presidente Putin ter dito, há três anos, a todos os jornalistas do mundo que o capitalismo tinha chegado a um beco sem saída, temos ainda, aqui, um capitalismo liberal, gangster, ladrão, nojento, oligárquico, cínico e maligno. Foi imposto à força pelos Yeltsins, Chubais e todos esses ladrões e bandidos! E precisamos sair desse beco sem saída”, alertou Zyuganov.
“Putin disse pela primeira vez em Munique que a Rússia tem a sua própria história, a sua própria cultura, a sua própria civilização. Que se baseia na nossa espiritualidade, na grande linguagem, na literatura, na música. Nas nossas sete grandes vitórias, graças às quais sobrevivemos na história.
“Mesmo assim, os livros didáticos ainda são mal revisados. E muitas crianças ainda aprendem com os livros didáticos de Soros”.
À VITÓRIA NO CAMPO DE BATALHA
“Mas o principal hoje é vencer no campo de batalha. Lembrem-se e digam a todos: não importa onde você more, não importa sua nacionalidade, não importa a religião e sistema de valores que você adere, há problemas por trás de todos. Somos chamados a enfrentar uma ‘Guerra ao Mundo Russo’, que foi declarada pelos anglo-saxões”.
“Existem mais de 200 países no mundo hoje. Apenas uma dúzia tem uma história de mil anos, apenas 5 países inventaram todos os tipos de criatividade científica e técnica em sua história, e estamos entre estes cinco magníficos. Na indústria espacial, estávamos 10 anos à frente dos americanos. E em todos os tipos de produção não éramos inferiores a eles”, ressaltou Zyuganov.
Ele denunciou duramente o presidente norte-americano, causador dos conflitos e sanções injustas. “Esse bastardo, que está afogando o mundo inteiro em sangue sob a capa de seus fraques e conversas vazias sobre democracia – você vê isso, não cheira a democracia. Tanto na América como na Europa eles enlouqueceram, e o que estão a fazer no Médio Oriente é uma loucura completa. Eles destroem povos e estados inteiros”.
CONSOLIDAR BRICS, VENCER A OTAN
“Sem a Rússia, um planeta socialista, justo e amigo do trabalho, não haverá paz nem descanso. Sem uma aliança no âmbito dos BRICS, não haverá contrapeso à Otan e a sua agressão. Sem respeito pelos trabalhadores, nada acontecerá: se é bom para eles, então é bom para todos. O nosso programa e a modernização Lenin-Stálin satisfazem estes requisitos.
“Uni-vos, uni-vos. O principal para nós hoje: Vitória e socialização. Temos uma escolha diante de nós: socialismo, justiça, poder popular ou fascismo”, enfatizou.
“Ao saudar com Feliz Aniversário, Joseph Vissarionov, desejo-lhes sucesso, vontade e caráter “stalinista”!
“Terminarei com um episódio: no outono de 1941, quando os nazistas estavam perto de Moscou, Stalin foi convidado a se retirar. Perguntaram-lhe o que fazer com o seu regimento do Kremlin, e Stalin respondeu: serei o comandante que liderará este regimento na última batalha. E permaneceu no Kremlin, dando exemplo para todos os demais.
“Viva Stalin!”.