Na entrevista em Nova Iorque, presidente cobrou dos países que apoiam Israel que parem “o genocídio promovido por Netanyahu”
O presidente Lula afirmou, nesta quarta-feira (25), em entrevista coletiva de imprensa em Nova Iorque, que o Brasil condena veementemente o comportamento de Israel no Oriente Médio. “Nós estamos em uma situação, de um lado cuidando do planeta, para ver se a gente tem melhora a qualidade de vida […]. E, do outro lado, o ser humano se matando”, disse o chefe do Executivo brasileiro.
“Não tem nenhuma explicação. Portanto, eu condeno de forma veemente esse comportamento do governo de Israel, que eu tenho certeza que a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio. Eu tenho certeza”, declarou Lula. “Os países que dão sustentação aos discursos de Netanyahu precisam fazer um esforço maior para que o genocídio promovido pelo líder israelense pare”, acrescentou.
Lula criticou Netanyahu por não levar em conta as críticas de ninguém. “É importante lembrar que o primeiro-ministro Netanyahu foi julgado pelo Tribunal Internacional, que julgou o Vladimir Putin, e ele está condenado da mesma forma do Putin. É importante lembrar que já foram feitas várias discussões no Conselho de Segurança da ONU, várias tentativas de paz e de cessar-fogo foram aprovadas e ele não cumpre. Simplesmente não cumpre”, prosseguiu o presidente brasileiro.
Ao contrário do que pede Lula, os Estados Unidos anunciaram nesta semana o envio de mais tropas para o Oriente Médio em apoio ao regime genocida de Israel.
“À luz do aumento da tensão no Oriente Médio e com muita cautela, estamos enviando um pequeno número de militares adicionais dos EUA para aumentar nossas forças que já estão na região”, disfarçou a ampliação da ocupação yankee na região, o secretário de Imprensa do Pentágono, Patrick Ryder. “Não vou comentar ou fornecer detalhes.”
Atualmente, os EUA têm aproximadamente 40.000 soldados estacionados na região, incluindo porta-aviões e submarino. Até aqui, o fluxo de armas norte-americanas fez chegar mais de 50 mil toneladas de bombas desde o início da agressão israelense em outubro do ano passado.
Em fevereiro deste ano, a ditadura israelense declarou o presidente do Brasil como “persona non grata” no país. A declaração ocorreu depois de o presidente do Brasil comparar ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio nazista de judeus na Segunda Guerra. O regime de Israel já matou mais de 41 mil civis na Faixa de Gaza, na maioria mulheres e crianças, e, agora, está fazendo a mesma coisa no Líbano.
Na última segunda-feira (23), as hordas israelenses realizaram um ataque aéreo no Líbano. Conforme autoridades libanesas, mais de 500 pessoas morreram e mais de 1,8 mil ficaram feridas.
Foi o dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006. O brasileiro Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, foi atingido pelo bombardeio israelense e morreu, segundo informações do Itamaraty. Com ele, morreu também o seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos. Há informações de que a ditadura israelense pretende invadir o Líbano por terra.