O país se aproximando do apagão, a inflação e o desemprego nas alturas, a variante delta rondando os lares brasileiros e ameaçando uma nova onda e o capitão cloroquina não acha tempo para governar. Em plena sexta-feira, foi passear
Jair Bolsonaro resolveu promover, na tarde desta sexta-feira (27), uma motociata na cidade de Goiânia, capital de Goiás. Isso mesmo, em pleno dia de trabalho, em peno horário comercial, lá estava o desocupado e irresponsável presidente da República e seus seguidores passeando de moto, sem máscara, espalhando a variante delta pela cidade e fazendo campanha eleitoral antecipada. Não por acaso, já há muita gente considerando que o país está sem governo.
E é a pura verdade. O país está literalmente à deriva, sem comando. A inflação, por exemplo, está explodindo, pessoas estão passando fome, sem conseguir comprar alimentos, milhões estão desempregados e muitos sendo despejados. A variante delta do coronavírus se espalha feito rastilho, já tendo a cidade do Rio de Janeiro como principal foco e, enquanto isso, onde está aquele que deveria ser o chefe da nação?
Pensando soluções para esses e outros problemas do país? Não. Jair Bolsonaro simplesmente passeia de moto em pleno dia de semana e em pleno horário de trabalho. Foi exatamente isso o que ele fez nesta sexta-feira (27). Dando gargalhadas, ele provocou aglomeração e atrapalhou o trânsito na cidade de Goiânia, no meio da tarde, mais precisamente, às 15 horas.
O que o país espera de um presidente num momento grave como este é muito diferente do que Bolsonaro está fazendo.
Quando não está agredindo e ameaçando a democracia, como tem feito nos últimos dias, quando não está xingando algum desafeto político ou ofendendo ministros o Supremo Tribunal Federal; ou quando ele não está agredindo governadores, prefeitos ou estimulando a população a comprar fuzis no lugar de feijão, ele está se divertindo em motociatas ridículas como as de hoje, que provocam aglomeração num momento em que os médicos pedem cuidados.
Na hora em que é necessário muito cuidado para que não haja uma nova onde de mortes no país, ele sai para ajudar a espalhar o vírus.
Em meio à maior tragédia sanitária da história brasileira, com quase mil pessoas morrendo diariamente de Covid-19, enquanto faltam vacinas para acelerar a imunização, na hora em que o país está entrando em racionamento de energia e se aproximando de mais um vergonhoso apagão, por total falta de planejamento do governo, falta de investimentos por parte dos grupos privados e do setor público, onde está o presidente? Em alguma reunião de trabalho, discutindo soluções para a crise de abastecimento de energia?
Não. Nada disso. Ele está passeando de moto, deixando Paulo Guedes solto para vender o que resta de patrimônio público, inclusive a Eletrobrás, e fazendo campanha política ilegal e fora de hora. E, pior, usando dinheiro público. A agenda oficial do presidente nesta sexta-feira (27), pasmem, tinha um único compromisso: a motociata de Goiânia.
Ou seja, um dia inteiro dedicado a campanha eleitoral e a propagandear seus planos golpistas.
Governar mesmo que é bom, resolver problemas do país, atender aos anseios da população, nada. Nenhuma reunião para discutir soluções para a inflação em disparada, nenhum plano de investimentos para evitar o apagão. Ao invés disso, ele está atiçando a população a se armar e a praticar atos de violência em aglomerações antidemocráticas no Sete de Setembro.
Depois, com a cara mais lavada do mundo, ele aparece no cercadinho dizendo que a população tem que gastar menos energia. “Apaguem um ponto de luz”, disse ele, na quinta-feira (26). Plano de investimento em fontes alternativas de energia elétrica para enfrentar a escassez energética, ele não tem nenhum. Ele não está preocupado com esse tipo de coisa. Aliás, não está preocupado com nada, a não ser em como permanecer no poder.
O seu cinismo é tão grande que, no mesmo dia em que ele disse para a população “apagar pontos de luz” e economizar energia, sua ex-mulher, Anna Cristina, e o filho mais novo, Renan Bolsonaro, o “04”, anunciam que estão se mudando para uma “iluminadíssima” mansão, no valor de R$ 2,9 milhões, localizada no Lago Sul, região mais nobre de Brasília.