
O deputado federal Orlando Silva (PcdoB-SP) afirmou que “é urgente a derrubada do veto de Bolsonaro” pois, segundo ele, “trata-se de cuidar do emprego”.
“Não podemos permitir demissões em massa pelos erros e a incompetência do governo”, afirmou em seu twitter.
Em entrevista ao Jornal Hoje, da rede Globo, na terça-feira 18, Orlando afirmou que “o governo não se deu conta que não é uma manifestação oposicionista, é uma preocupação com efeitos econômicos da Covid-19”.
Segundo ele, “o governo está protelando a apreciação [do veto] e o efeito colateral disso pode ser antecipar uma onda de demissões que infelizmente virá se a desoneração para esses setores não for prorrogada”.
Nesta semana, o Congresso decidiu adiar a análise do veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamento.
A redução de impostos sobre a folha de pagamentos até 2021, que atende aos setores que mais empregam no país, é defendida por grande parte dos parlamentares como uma maneira de evitar demissões diante do agravamento da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus.
Temendo que o veto fosse derrubado, o governo pressionou pelo adiamento para ganhar tempo e tentar arregimentar votos.
Com a veto, a desoneração da folha está prevista para acabar no final deste ano. Os setores atingidos são comunicação, tecnologia da informação, call center, construção civil, transporte e têxtil, entre outros.
A defesa do governo ao veto, junto aos parlamentares, é desonerar a folha de pagamentos de outra forma, como a criação de um novo imposto, que vem sendo visto por todos como a reedição da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), o que não agrada aos parlamentares.
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “sem dúvida, no meio dessa pandemia, você acabar com a desoneração desses 17 setores acho que é um impacto de mais de R$ 10 bilhões, que pode acarretar em decisões antecipadas de demissões”.
“Acho que o presidente Davi [Alcolumbre, do Congresso] já fez a organização e todos os vetos serão votados até o dia 2 de setembro e com isso esse assunto vai estar resolvido bem antes do prazo necessário que é até o dia 31 de dezembro”, declarou.
O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), defende a derrubada do veto presidencial para que esses setores empresariais assegurem empregos e programem investimentos para 2021.
“Essa programação de investimentos é que vai dar a condição de crescimento do PIB, de se sair dessa situação de recuo tão drástico do PIB em função da crise sanitária. Portanto, acreditamos que é importante se observar logo isso, se resolver logo essa situação, para o Brasil começar a retomar as suas atividades e garantir o crescimento econômico e social no futuro”, disse.