
Os trabalhadores da educação da rede municipal de Belo Horizonte iniciaram, na última sexta-feira (7), uma greve por tempo indeterminado em resposta ao reajuste salarial de apenas 2,49% proposto pela Prefeitura. A decisão foi tomada em assembleia realizada na Praça da Estação, na quinta-feira (6), que reuniu cerca de 2 mil servidores da educação, entre professores, pedagogos e outros profissionais.
A categoria afirma que o índice proposto está abaixo da inflação acumulada no ano e não corresponde ao reajuste de 6,27% previsto pelo Piso Nacional do Magistério para 2025. Além disso, a categoria denuncia o esvaziamento das negociações com a gestão do prefeito Fuad Noman (PSD), que, segundo os trabalhadores, tem ignorado as demandas urgentes da educação municipal.
A proposta da Prefeitura inclui um reajuste linear de 2,49% nos salários, retroativo a maio, e o aumento do vale-refeição para R$ 60, a partir do mês seguinte à aprovação da lei. O município também prometeu discutir posteriormente os critérios para progressão na carreira por escolaridade, mas sem apresentar prazos ou garantias.
Para o sindicato, as medidas são insuficientes diante do cenário atual. “Estamos falando de um contexto em que a valorização do magistério é urgente. Faltam profissionais nas escolas, há sobrecarga de trabalho e não vemos ações concretas da Prefeitura para resolver isso”, afirmou uma representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH).
Entre os principais pontos apresentados pela categoria estão: rReajuste conforme o Piso Nacional do Magistério (6,27%); contratação imediata de professores, principalmente nas EMEIs; redução do número de alunos por sala de aula; reestruturação da carreira docente; mais tempo para planejamento pedagógico; equiparação salarial entre profissionais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental; garantia de paridade nas recomposições salariais também para aposentados.
Segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (9), cerca de 76% das escolas municipais da capital estão com atividades parcialmente ou totalmente paralisadas. A mobilização já atinge diferentes regiões da cidade e conta com apoio de estudantes, pais e outros movimentos sociais.
A agenda da greve prevê, ao longo da semana, atos públicos, vigílias e ações de panfletagem. Um dos principais eventos será o protesto marcado para esta terça-feira (10), às 15h, em frente à Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, com o lema: “Cadê o dinheiro da educação?”
Na quarta-feira (11), haverá panfletagem e vigília na sede da Secretaria Municipal de Educação (SMED). Já a próxima assembleia geral da categoria será realizada na quinta-feira (12), quando os trabalhadores decidirão sobre os próximos rumos da paralisação.