
Na segunda-feira (10), dois trabalhadores terceirizados morreram em uma obra da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em Ubatuba, no litoral Norte do estado. As vítimas tinham apenas 24 e 42 anos.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado de São Paulo (Sintaema), a “tragédia que se repete” é “mais um episódio que escancara a insegurança no trabalho e a falta de fiscalização da Sabesp”, após a sua privatização.
“O Sintaema vem denunciando, desde 2024, que a negligência em fiscalizar as empreiteiras contratadas gera insegurança na Sabesp e isso tem custado caro: a vida dos trabalhadores! A empresa insiste em um modelo de terceirização irresponsável, no qual a redução de custos se sobrepõe à segurança daqueles que garantem o saneamento para a população”, afirma o sindicato.
A entidade denuncia que empresas terceirizadas “frequentemente operam sem a estrutura adequada, sem fiscalização rigorosa e sem garantir condições seguras para seus funcionários”.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte, Reginaldo Garcia, que representa os trabalhadores das empresas BBL Engenharia e Monte Negro, contratadas pela Sabesp, explica que os funcionários estavam dentro de uma escavação quando foram soterrados.
“Teve uma máquina que fez a escavação e, dentro dessa escavação, tinha que ter uma proteção de ferro para depois colocar o funcionário dentro. Colhemos no local que aqui tinha três trabalhadores, e um se recusou a entrar no buraco. E dois, infelizmente, acho que por motivo maior, ficaram com medo da pessoa que mandou, entraram dentro e aconteceu o soterramento”, diz o diretor do sindicato.
O Sintaema reforça que obras de saneamento devem seguir uma série de normas e medidas rigorosas de segurança para proteger os trabalhadores, como, por exemplo, “a avaliação prévia do solo, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a supervisão constante por profissionais qualificados”.