As centrais sindicais divulgaram um manifesto nesta segunda-feira (30) em que convocam os diversos poderes da República a se unirem aos trabalhadores e tomarem à frente do país, diante do desgoverno Bolsonaro e das ameaças à democracia em um “dos momentos mais difíceis da história do Brasil desde a declaração de independência, em 7 de setembro de 1822, há 199 anos”.
“É preciso que o legislativo e o judiciário em todos os níveis, os governadores e prefeitos, tomem à frente de decisões importantes em nome do Estado Democrático de Direito, não apenas para conter os arroubos autoritários do presidente, mas também que disponham sobre questões urgentes como geração de empregos decentes, a necessidade de programas sociais e o enfrentamento correto da crise sanitária”, diz o documento.
“Esse movimento deve ser impulsionado pela sólida união dos trabalhadores e suas entidades representativas, bem como por todas as instituições democráticas, a sociedade civil organizada, enfim, todos os cidadãos e cidadãs que querem redirecionar nosso país para uma trajetória virtuosa em benefício do povo. Para isso precisamos, antes de tudo, lutar contra o desgoverno que ocupa a presidência da República!”, afirmam.
As entidades fazem um alerta para a grave situação econômica da população e a crise institucional instalada do país pelo presidente.
Ao elencar “15 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, outros 6 milhões de inativos que precisam de um emprego e mais 7 milhões ocupados de forma precária”, “inflação alta, carestia e fuga de investimentos, aumento da fome e da miséria”, além da “escalada autoritária e uma calamitosa gestão da pandemia do coronavírus”, as entidades afirmam que “ninguém aguenta mais”.
“O país não pode ficar à mercê das ideias insanas de uma pessoa que já demonstrou total incapacidade política e administrativa e total insensibilidade social”.
Segundo as centrais, “ao invés de agir para resolver os problemas, que são decorrentes ou agravados pelo caos político que se instalou em Brasília na atual gestão, o governo os alimenta e os utiliza para atacar os direitos trabalhistas, precarizando ainda mais o já combalido mercado de trabalho”.
“O próprio presidente se encarrega de pessoalmente gerar confrontos diários, criando um clima de instabilidade e uma imagem de descrédito do Brasil. E ele ainda tem o desplante de culpar as medidas de contenção do vírus pelo fechamento de postos de trabalho, ignorando que a pandemia já matou precocemente quase 600 mil brasileiros!”, dizem as entidades.
“Vivemos no limiar de uma grave crise institucional. A aparente inabilidade política instalada no Planalto que acirra a desarmonia entre os poderes da República, esconde um comportamento que visa justificar saídas não constitucionais e golpistas. Quem mais sofre com esta situação dramática é o povo trabalhador, cada vez mais empobrecido e excluído, e cada vez mais dependente de programas sociais que, contraditoriamente, encolhem”, diz o manifesto.
O manifesto conclui “que a Semana da Pátria consagre, pela via da luta firme e decidida de todo povo, um Brasil que quer seguir como uma nação, democrática, plural, terra de direitos, capaz de pavimentar um futuro de liberdade, soberania, justiça social e cidadania para todos!”.
Assinam o documento, Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores); Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores); José Reginaldo Inácio, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores); Antonio Neto, presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros); Atnágoras Lopes, secretário executivo nacional da CSP-Conlutas; Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora); José Gozze, presidente da PÚBLICA, Central do Servidor, e Emanuel Melato, da Intersindical instrumento de Luta.