A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), e o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) por terem recebido propina da Odebrecht para tentar reverter o resultado do leilão da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.
A PGR os acusa de terem cometido corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, Cunha recebeu R$ 20 milhões e Chinaglia, R$ 8,7 milhões.
A Odebrecht participou do leilão da hidrelétrica em um consórcio formado junto com a Andrade Gutierrez e Furnas, subsidiária da Eletrobras, mas perdeu para outro consórcio liderado pela multinacional Suez.
Cunha, que era influente dentro da Furnas, foi contatado pela Odebrecht e recebeu R$ 50 milhões para distribuir entre deputados e tentar reverter o resultado do leilão.
Pelo acordo, Cunha ficaria com R$ 20 milhões e destinaria R$ 10 milhões para três deputados, entre eles Chinaglia. Os outros dois estão sendo investigados em outros processos.
Eduardo Cunha, condenado e preso por corrupção, atualmente encontra-se em prisão domiciliar por conta da pandemia de coronavírus.
No fim, Arlindo Chinaglia recebeu R$ 8,74 milhões entre 2008 e 2014 em 36 pagamentos. Na “lista da Odebrecht”, na qual a empresa organizava o pagamento de propinas, o deputado aparecia com o codinome “Grisalho”.
“Para muito além do exaurimento nas entregas das vantagens indevidas, os pagamentos, que ocorreram via sofisticado esquema de contabilidade paralela, ocultaram a origem, propriedade, localização e movimentação de recursos de origem ilícita”, diz a denúncia.