
O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, candidato do PSDB neste segundo turno, afirmou que há possibilidade de diálogo com o PT para uma aliança no Estado. Apesar do posicionamento a nível estadual, Leite preferiu não se manifestar sobre a corrida presidencial antes de dialogar com seu grupo político.
“Temos muitas diferenças com o PT no ponto de vista de programa de governo, a forma de governar, especialmente no que diz respeito ao entendimento como é que o Estado deve agir em determinados políticas públicas, mas sempre dialogamos, nunca tratamos como inimigos a serem exterminados”, declarou o ex-governador, em entrevista coletiva na última segunda-feira (3), um dia depois da eleição de primeiro turno.
“Diálogo é algo que exige duas partes, senão é monólogo. Da nossa parte, haverá disposição de conversas, espero que haja da parte deles também. O que não significa necessariamente algum tipo de acordo político ou de apoio político”, afirmou.
Incomodado com as perguntas dos jornalistas sobre um posicionamento nacional, o tucano declarou que as eleições presidenciais são importantes e que não haverá omissão. Ele citou a candidata ao Executivo nacional Simone Tebet (MDB), que, no domingo (2), cobrou um posicionamento dos partidos de sua coligação sobre o segundo turno antes de expor uma decisão individual.
“Tomaremos posição, mas vamos conversar a partir de agora. Não tomarei posição individual antes de conversar com o grupo político”, disse. Para o segundo turno, o tucano afirmou que irá apostar na biografia política de sua equipe, trabalho e projetos.
Por sua vez, o candidato a vice na chapa Gabriel Souza disse que telefonou para Edegar Pretto para parabenizá-lo pela votação. Ele, no entanto, disse que não foi feita nenhuma conversa sobre apoios.
Leite irá disputar o segundo turno com Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro do atual governo de Jair Bolsonaro (PL). No primeiro turno, Onyx recebeu 37,5% dos votos válidos, enquanto o tucano teve 26,81%.
Conversarei com todo mundo, diz Pretto
Já o candidato petista, Edegar Pretto, afirmou que as conversas no Rio Grande do Sul deverão levar em conta o diálogo nacional, que será coordenado por Lula.
“Lula está coordenando e, a partir do diálogo nacional com os partidos que possam apoiá-lo, queremos nos movimentar e estabelecer a conversa aqui no Rio Grande do Sul. Não vamos nos movimentar sem ter a posição a nível nacional”, afirmou Pretto.
O entendimento é de que a aproximação com o PSDB, histórico rival, é importante para conquistar os votos que faltam para confirmar a vitória de Lula. “Eu converso com todos que quiserem conversar comigo” disse Pretto, mantendo a porta aberta para dialogar com Leite.