Agora filiado ao DEM, o ex-prefeito Eduardo Paes, que abandonou o PMDB desde abril deste ano, oficializou sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro. A convenção do PMDB do Rio de Janeiro foi neste domingo (29).
Em seu discurso, ele não falou nada sobre sua ligação com Sérgio Cabral, ex-governador seu padrinho, que está na prisão por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro sujo e outros crimes.
Apesar de dizer que “ninguém precisa ter vergonha do que fez e de quem foi”, ele abafou em seu discurso sua passagem pelo PMDB e a amizade com Cabral. O PMDB (ou MDB) é um dos partidos coligados com Paes.
“Ninguém vai me ver falando mal de ninguém, nem olhando para trás”, disse, na convenção realizada na sede do DEM, na Barra da Tijuca. “Se eu for perguntado, eu vou responder, mas eu acho que a gente tem que discutir soluções para o estado”, disse, tentando minimizar o estrago na sua candidatura.
Mas admitiu que não está nem aí para os partidos. “Respondo pelos meus atos, meu CPF é outro”, eximiu-se das cobranças. “Fui sempre de fazer alianças, sempre me dei com partidos. Eu não sou exatamente a pessoa mais partidária do mundo, era até uma crítica que faziam a mim”, admitiu.
Paes já foi do DEM quando ainda se chamava PFL. Disse que agora está muito bem com César Maia e com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com quem já teve várias rusgas. Segundo ele, “as diferenças políticas estão superadas, deixaram de existir em nome de um interesse maior que é o estado do Rio de Janeiro”. É, Sérgio Cabral também teve um “interesse maior” no estado do Rio de Janeiro, que movimentou R$ 500 milhões em propina.
O PMDB será o principal aliado da candidatura do DEM. Denunciado e preso por corrupção pela Lava Jato no Rio, está o ex-governador Sérgio Cabral condenado com penas que chegam a mais de 100 anos. Também estão presos o ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O ex-secretário municipal de Obras de Paes, Alexandre Pinto, foi preso de novo em janeiro pela Lava Jato no Rio. Ele admitiu, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, que recebeu R$ 600 mil em propina. Eduardo Paes se calou sobre o assunto.
Eduardo Paes também está inelegível por ter sido condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) por abuso do poder político-econômico e conduta vedada a agente público. Na campanha eleitoral passada, Paes e o deputado federal Pedro Paulo Carvalho (PMDB), candidato a prefeito apoiado por ele fizeram uso ilegal do “Plano Estratégico Visão Rio 500”, contratado e custeado pelo município, na época gerido por Paes. O candidato do DEM só está concorrendo por força de uma liminar concedida em maio pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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