A diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Catherine Russell, em comunicado ao Estado ocupante de Israel, neste domingo (3), exigiu o fim dos ataques a civis, trabalhadores humanitários e restantes instalações e infraestruturas na Faixa de Gaza.
“No fim de semana assistimos a uma escalada sangrenta de ataques no norte da Faixa de Gaza, com relatórios indicando que 50 crianças em Jabalia foram vítimas de ataques nos últimos dois dias, observando que todos os residentes nessa região, especialmente as crianças, estão em perigo iminente, risco de morte por doenças, fome e bombardeios constantes”, denunciou Catherine.
A diretora do UNICEF pediu ainda para realizar uma “investigação imediata” sobre as circunstâncias do ataque que teve como alvo o diretor da UNICEF, Fayrouz Mahmoud Abu Wardeh, que ficou ferido depois que uma bomba foi lançada de um avião quadricóptero contra um carro pertencente à organização, ontem sábado, na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.
Durante cerca de um mês, o exército do genocida Benjamin Netanyahu intensificou a sua agressão militar no norte de Gaza, particularmente em Jabalia e no seu campo, onde continua a bombardear civis, a explodir as suas casas e a impedir a entrada de ajuda, alimentos, água, medicamentos e combustível.
Na semana passada, a UNICEF condenou a proibição por Israel da atuação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) no país, fato que destruirá o sistema humanitário na Faixa de Gaza, lamentando “ter sido encontrada uma nova forma de [ali] matar crianças”.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, também se pronunciou sobre a desumana medida, afirmando que a decisão de Israel de proibir a atuação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) no país “pode ter consequências devastadoras para os refugiados palestinos no Território Ocupado, o que é inaceitável”.
OCUPAÇÃO BLOQUEIA ESCOLAS
As forças de ocupação israelenses impediram que os alunos chegassem à Escola Primária Ziad Jaber, na Cidade Velha de Hebron, neste fim de semana, fechando a estrada de acesso com arame farpado.
Aref Jaber, um ativista local pelos direitos humanos, relatou que a estrada que leva à escola foi bloqueada, deixando mais de 40 alunos presos perto da rua, que fica a menos de 30 metros da escola, sem conseguir alcançá-la. Os bloqueios acontecem rotineiramente, de acordo com os critérios dos colonos israelenses e das forças militares.
As atuais restrições israelenses prejudicam severamente a educação dos estudantes locais, aumentando os desafios persistentes enfrentados pelos cidadãos palestinos locais na área em que vivem sob ocupação militar israelense, constatou Jaber.
De acordo com fontes do Ministério da Saúde da Palestina, o número de mortos confirmados aumentou para 43.341 desde o início da guerra genocida na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.
As mesmas fontes apontaram que o número de feridos subiu para 102.105, enquanto há milhares de vítimas debaixo dos escombros e nas ruas, mas as equipes de resgate não conseguem chegar até elas.
Além disso, as tropas israelenses cometeram quatro massacres contra famílias na Faixa de Gaza, deixando 27 mortos e 86 feridos, nas últimas 24 horas.