
Pegou mal o apoio do chamado Fórum das centrais à pressão empresarial contra o veto do presidente Lula à liberação do imposto na folha de pagamento de 17 setores da economia, com ênfase para alguns cartéis internacionais, como das montadoras, que, ultimamente, demitiram milhares de trabalhadores.
O “movimento” seria para evitar a demissão de um milhão de trabalhadores. Ingenuidade, não foi. Está mais para acanhação à chantagem empresarial. Afinal, serão 450 bilhões de reais que, segundo os cálculos mais modestos, deixarão de entrar para os cofres públicos: 20% da folha de pagamento, destinados ao custeio da Previdência.
Aliás, a farra da desoneração vem desde 2012. A fórmula foi desencravada pelo ministro Mantega e escrachada por Bolsonaro para “fortalecer a livre concorrência” e criar mais empregos. Ladainha requentada. Por sinal, desde 2014, o crescimento anual do PIB, em média, é zero.
Esses recursos, nos cofres da Previdência, deveriam servir a um aumento expressivo do salário mínimo, para não dizer decente, como gostam de falar na OIT, afinal, o mínimo de R$ 1.320,00 é dose. O salário mínimo constitucional está por volta de 6 mil reais, uma boa meta até o final do atual mandato. Aí, sim, cada tostão a mais no salário mínimo, é mais um que vai para o consumo, para o crescimento e para o emprego.
CARLOS PEREIRA