
As centrais sindicais emitiram notas contra a nova alta da taxa de juros, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira (7). Para as entidades, a decisão do Banco Central configura irresponsabilidade social e ameaça aos direitos e à reconstrução do país.
A Força Sindical, por meio de seu presidente Miguel Torres, classificou como perversidade a nova alta definida pelo Copom: “É uma irresponsabilidade social. A decisão quer levar o país para a recessão econômica. Agora, a taxa é de 14,75% a.a.”, disse.
“Continuar com a atual taxa de juros impõe um forte obstáculo ao desenvolvimento do país. É importante ressaltar que a decisão irá refletir nas campanhas salariais no segundo semestre, comprometendo as negociações”, continuou.
“Mesmo com as mudanças no Copom, os seus membros continuam, infelizmente, se curvando aos especuladores e virando as costas para a classe trabalhadora. Vamos continuar protestando contra os juros extorsivos, que vão na contramão do desenvolvimento do país”, afirma a entidade.
“A decisão de aumentar a Taxa Selic é nefasta para os trabalhadores. O termômetro dos tecnocratas do Banco Central tem se mostrado extremamente frio com o setor produtivo, que gera emprego e renda, mas apresenta uma temperatura muito agradável para os especuladores. As consequências dessa política monetária, que vem sendo praticada pelo Banco Central nos últimos anos, são danos irreparáveis ao desenvolvimento do Brasil, porque trava toda a economia. A taxa alta tem impactos nas taxas de juros de todo o sistema financeiro, ou seja, aumenta o custo do dinheiro para as famílias e empresas”, disse a entidade.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também manifestou repúdio a mais uma decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros, em clara contradição com as necessidades urgentes de reconstrução econômica e social do país.
“Enquanto o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avança na redução da inflação, no fortalecimento do real, na geração de empregos e na aprovação de reformas estruturais, o Banco Central insiste em uma política monetária asfixiante, privilegiando interesses financeiros em detrimento do desenvolvimento nacional e dos interesses do povo brasileiro”, disse a central.
“Em um contexto de desaceleração inflacionária e da menor taxa de desemprego em oito anos, a decisão do Copom revela que a mudança do presidente do Banco Central para o comando de Gabriel Galípolo não mudou a visão predominante naquela instituição nos últimos anos. A medida não se justifica técnica ou economicamente, mas integra uma estratégia que se coloca na contramão do que tem priorizado o governo do presidente Lula e das demandas sindicais históricas: a retomada de investimentos públicos, a valorização do salário mínimo e a redução das desigualdades”.
Para a central, “a manutenção dos juros nas alturas, agora agravada pelo novo aumento, drena recursos vitais dos cofres públicos – que poderiam ser destinados à saúde, à educação, à infraestrutura – para remunerar a especulação com uma dívida pública que cresce substancialmente todas as vezes que a taxa Selic é elevada, beneficiando apenas os rentistas”, ressalta a CUT.