Sem acordo nas negociações entre a Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a empresa prorrogou as férias coletivas dos funcionários até o próximo dia 17 nas unidades de São José dos Campos, onde concentram-se cerca de 12 mil funcionários.
A princípio, a volta estava marcada para esta segunda-feira, dia 13, mas não houve acordo no modelo a ser adotado para a liberação dos trabalhadores durante o período de pandemia será retomada. Segundo o Sindicato, a empresa apresentou uma minuta diferente da acordada com a categoria.
A proposta negociada prevê suspensão de contrato com redução salarial, variando entre 17,5% e 36,35% sobre o salário líquido. Para os que cumprirão home office, a redução será de 25%.
Um dos principais pontos de divergência está a garantia de estabilidade no emprego após o período de suspensão de contrato, reivindicada pelo Sindicato. “A Medida Provisória 936, na qual se baseia o acordo, não deixa clara esta garantia, portanto é preciso que este direito esteja explícito no acordo”, afirma nota do Sindicato.
O Sindicato exige também que a Embraer apresente, obrigatoriamente, o número de trabalhadores que irão ficar na fábrica, quantos cumprirão home office e quantos terão o contrato suspenso. “A empresa está se recusando a cumprir uma obrigação legal ao não fornecer essas informações ao Sindicato”, diz a entidade.
Segundo o sindicato, em São José dos Campos a taxa de adesão à quarentena caiu de 51% para 49%. “Esse afrouxamento pode levar a cidade a uma posição preocupante, com maior índice de contaminação do que em outros municípios do interior. Por isso, o Sindicato defende quarentena geral para todos”, diz a nota.
A entidade pretende realizar uma assembleia virtual entre os trabalhadores para votar os encaminhamentos feitos com a empresa, assim que forem encerradas as negociações.
“Queremos deixar bem claro que somos contra a redução salarial. A Embraer tem condições de garantir os salários de seus funcionários e não precisa fazer demissões. Se a empresa insistir em não garantir estabilidade e omitir informações, vamos cobrar um posicionamento dos governos federal, estadual e municipal e reafirmar nossa defesa pela reestatização da Embraer”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.