
Pressionado pelas escandalosas descobertas do “caso Gürtel” – esquema de corrupção e financiamento ilegal similar ao do Lava Jato – o primeiro ministro da Espanha, Mariano Rajoy, encar nesta sexta-feira uma moção de censura do Parlamento.
O premiê foi colocado como bola da vez depois que um esquema de propinas amealhado por dirigentes e pessoas ligadas ao seu Partido Popular (PP) provocou um rombo de mais de 123,7 milhões de euros. As penas decretadas pela Justiça para 29 dos 37 acusados chegam a 351 anos de prisão.
“Para o Partido Socialista Espanhol (PSOE) é uma boa notícia e uma boa oportunidade para acabar com a situação de deterioração de nossas instituições, para melhorar nossa qualidade democrática e abrir um novo tempo. Esta semana se decidirá se Rajoy é censurado ou não”, declarou Pedro Sánchez, secretário-geral da agremiação.
De oposição, o PSOE, com apoio do Podemos, apresentou a moção contra Rajoy tendo como combustível o comprovado envolvimento de lideranças do PP que trabalharam com afinco na adulteração de contratos para assaltar os cofres públicos. “O governo Rajoy é fraco e está manchado pelas condenações por corrupção”, declarou o líder do Ciudadanos, Albert Rivera,, para quem “a única saída democrática e digna é dar voz ao povo espanhol para que se escolha um novo governo e Parlamento”.